Decisão de Bolsonaro sobre Huawei e 5G deve ficar para 2021, afirma ministro Faria

Foto: Alan Santos/PR

A decisão do governo federal sobre a participação ou não da chinesa Huawei no fornecimento de tecnologia para o 5G no Brasil deve ficar para 2021. A afirmação foi feita pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, que classificou o tema como "altamente complexo".

"Não tive feedback do presidente [Jair Bolsonaro] em relação a esse tema. É algo altamente complexo e que envolve muita coisa. Tenho estudado através do meu grupo técnico no ministério e buscado informações, mas não é momento de definir nada agora. Talvez no ano que vem será mais oportuno, é um equívoco ficar antecipando", afirmou Faria nesta última terça-feira, 14, em entrevista à rede Record.

"A ideia é quando passar a pandemia, conhecer in loco os players importantes e países que têm tecnologias que podem entrar no Brasil. É uma questão de Estado e estamos vendo o que está acontecendo no mundo inteiro em relação a isso. Meu papel como ministro é receber todos os candidatos e avaliar tecnicamente", pontuou Faria. Importante notar que empresas como a Huawei não participam do leilão 5G: tal função é cumprida pelas operadoras de telecom, que, por sua vez, contratam as fornecedoras de equipamentos no livre mercado.

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Também vale lembrar que no final de 2020 serão realizadas eleições presidenciais nos EUA, que podem reconduzir ou não o presidente norte-americano Donald Trump a um segundo mandato. O governo Trump tem liderado o boicote a Huawei, banindo a empresa do 5G no país, em decisão seguida por outras potências como o Reino Unido, que oficializou tal passo nesta última terça-feira.

TV aberta

Classificando o leilão 5G como maior desafio da pasta em telecom, Faria lembrou que o próprio certame ficará para o ano que vem, após atraso gerado pela pandemia de covid-19 nos testes de campo para analisar interferências do serviço com a recepção de antenas parabólicas (TVRO).

Ainda que sem detalhar essa questão específica, Faria destacou durante a entrevista o papel da TV aberta (cujo sinal é entregue via parabólicas em determinadas localidades). "A TV aberta chega nos rincões, no interior do Amazonas, do Rio Grande do Norte e em cidades pequenas onde a TV paga ou a Internet não chegam, porque não temos banda larga no Brasil todo", afirmou o ministro.

Por outro lado, Fábio Faria também elegeu a inclusão digital como uma das prioridades da pasta. Segundo ele, houve um pedido de Bolsonaro para que 100% da população brasileira passe a ter acesso à Internet. Ainda assim, o governo não tem atualmente nenhum programa de universalização da banda larga.

1 COMENTÁRIO

  1. Nos brasileiro esperamos que nosso governo não se curve as ameaças de retaliação dos EUA , caso nosso país escolha quem for melhor para o negócio da implantação do 5 G no Brasil.

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