ICANN lança plataforma para colaboração digital

Tida pelo ministro Paulo Bernardo como um órgão centralizador na regulamentação da Internet, a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), uma sociedade sem fins lucrativos que é responsável pelo gerenciamento de nomes de domínios usados na rede e administração dos servidores raiz (uma espécie de lista telefônica da Internet), está lançando nesta segunda-feira, 15, uma plataforma digital colaborativa para promover o avanço da rede. Chamado de ICANNLabs, o espaço está sendo promovido em um site que permite o cadastro de qualquer pessoa ou empresa para participar do processo. Naturalmente, o propósito também é deixar a entidade norte-americana mais relevante ao expandir o conceito plurilateral no qual é baseada.

Notícias relacionadas
Segundo comunicado da entidade, o projeto "foi motivado pelo desejo de apoiar o modelo fundado na participação que o ICANN possui ao aumentar a pegada digital da organização, colocando mais pessoas para entender, engajar e se envolver com o ICANN". O projeto pretende ainda divulgar as colaborações de forma transparente. O órgão diz que, por ser construído no modelo multilateral baseado em tecnologia para compartilhar, colaborar e contribuir, deveria aumentar seus horizontes. "O ICANN remete aos domínios e rotas da Web, então é estranho que não tenhamos tirado o máximo das possibilidades oferecidas pelas ferramentas digitais", afirma o texto no blog do ICANNLabs.

A iniciativa é dividida em categorias: descoberta, colaboração, comunicação e educação. A ideia é aceitar as propostas, trabalhar nas hipóteses e, eventualmente, aplicá-las como protótipos em diferentes escalas caso atendam a requisitos. O projeto é uma parceria com a Neo, que ajuda na inovação de produtos.

Críticas brasileiras

Na semana passada, em decorrência das acusações de monitoramento das comunicações brasileiras por parte do governo dos Estados Unidos, o ministro Paulo Bernardo criticou de forma pesada o ICANN. Bernardo disse que a governança da rede está "absolutamente centralizada nos EUA e as regras da Internet são estipuladas e fixadas por uma entidade privada americana com sede na Califórnia".

Além de ter projetos para abrir escritório no Brasil, a entidade conta com um representante brasileiro: Everton Lucero, nomeado em fevereiro deste ano como gerente de engajamento participativo para o Brasil. Lucero tem experiência de 20 anos como diplomata no ministério de Relações Exteriores, além de ter trabalhado como conselheiro da embaixada brasileira em Washington.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!