As operadoras de MMDS, congregadas pela associação Neotec, manifestaram-se formalmente à Anatel em relação ao processo de definição do preço que será cobrado das operadoras dos serviços para uso da faixa de 2,5 GHz para oferta de banda larga. O receio das operadoras, segundo o diretor geral da associação, Carlos André Lins de Albuquerque, é que a Anatel trate a realidade de mercado de operadores de MMDS com a realidade de mercado de operadores de SMP, que têm cobertura nacional e se beneficiam de 200 milhões de acessos para obter melhores condições de escala e investimentos para suas redes e terminais.
Para a Neotec, a Anatel precisa levar em consideração que os operadores de MMDS, ao serem obrigados a desocupar a faixa de 2,5 GHz, terão que abrir mão de investimentos já realizados para outros serviços. Além disso, a associação entende que a atuação dos grupos que operam MMDS é restrita a áreas bem menores do que aquelas cobertas pelas empresas de SMP. Portanto, a definição de preço não pode partir das mesmas premissas, como vinha fazendo a Anatel.
A Neotec diz que os operadores de MMDS estão planejando ofertar velocidades de até 10 Mbps pela faixa de 2,5 GHz, e que pretendem ter pacotes populares dentro do modelo estabelecido pelo PNBL, mas considerando a necessidade de investimentos em rede (cerca de R$ 350 mil por ERB de 130 usuários) mais o custo do terminal (R$ 500), aplicado a uma realidade competitiva em que a penetração dos operadores de MMDS no mercado de banda larga deve ser de cerca de 5% do mercado, seria virtualmente impossível viabilizar estas operações se o pagamento pelo espectro for em valores elevados.