Fibra óptica e torres impulsionam remuneração de executivos em telecom

A remuneração de executivos no setor de telecom tem sido impulsionada pela demanda por profissionais entre empresas de fibra óptica e infraestrutura, principalmente quando apoiadas por fundos e capital estrangeiro.

A avaliação foi feita ao TELETIME pela consultoria de recrutamento Linco. Sócio da empresa (que conta com divisão especializada em telecom), Daniel Faria afirma que o movimento puxado por operadoras de torres e fibra está ampliando o salário médio de executivos após um tempo da remuneração no setor "andando de lado".

"Telecom foi um mercado que pagou muito no passado, mas que em algum momento estagnou. Agora, com investimentos 5G, IPOs, muito capital estrangeiro e fundo de investimento estrangeiro investindo em fibra, isso tem puxado a remuneração para cima". Segundo Faria, a inflação na aquisição de talentos tem rondado a casa dos 20% a 25%.

Isso significa que para assumir novas posições em empresas em crescimento, alguns executivos têm exigido até 25% a mais que o pacote recebido nas posições atuais. As remunerações são muitas vezes compostas por bônus que podem variar de 2 a 10 salários extras ao ano e participação de ações.

De acordo com Faria, uma das razões para desafiantes estarem pagando cada vez mais caro por bons profissionais é a falta de executivos que atendam requisitos de multinacionais – especialmente para funções operacionais. O cenário difere das grandes teles, onde a possibilidade de remanejamento interno também é possível, visto o grande efetivo de profissionais.

"Tem players que quando querem trazer gente boa, precisam pagar mais caro. Já os tradicionais do setor não conseguem subir muito", apontou Faria. "Telecom tem muito carreirista, com um bom tempo na mesma função e salário mais achatado, além de um gap grande de remuneração entre os que não se capacitaram frente os com nível de gerência. Agora com novos players, começa a ter uma dança das cadeiras".