Um estudo global da consultoria PwC prevê um crescimento modesto de 2,9% ao ano para a receita do setor de telecomunicações global até 2028, apesar de um crescimento de 4,3% registrado em 2023.
A pesquisa aponta para uma perspectiva de lentidão devido ao aumento de custos, concorrência e pressões macroeconômicas. No entanto, o estudo revela grandes variações de crescimento entre serviços e países.
Segundo a PwC, espera-se que a receita de banda larga fixa e assinaturas móveis cresçam, enquanto a de voz fixa diminua. Entre 2023 e 2028, a receita de banda larga fixa, assinaturas móveis e assinaturas de voz fixa tenham taxas compostas de crescimento anual (CAGR) de 3,8%, 4,3% em -1,8%, respectivamente.
Países como Índia e Nigéria devem apresentar maior crescimento, enquanto mercados maduros como Japão e Suíça podem ter CAGRs negativos. Apesar do crescimento do volume no setor, espera-se que a receita média por unidade (ARPU) diminua em média 2% ao ano até 2028, em serviços móveis, de banda larga fixa e de voz.
O estudo destaca a necessidade do setor reimaginar a criação e entrega de valor, com a inteligência artificial (IA) sendo uma oportunidade subutilizada para impulsionar o crescimento e que pode destravar um enorme potencial da indústria, inclusive nacionalmente.
"A indústria de telecomunicações deve reimaginar como cria, entrega e captura valor para enfrentar uma realidade de aumento de custos e concorrência. A valorização do cliente através da oferta de um ecossistema completo e inovador poder ser um diferencial na geração de novas receitas e certamente ajuda na fidelização de clientes", afirma o sócio e líder do setor de tecnologia, mídia e telecomunicações (TMT) da PwC Brasil, Ricardo Queiroz.
"A IA impulsiona investimentos altos em infraestrutura de conectividade digital, mas o setor permanece sensível às forças macroeconômicas e sofre com altos custos operacionais, com quase todo o dinheiro que gera absorvido por capex, dividendos e serviço da dívida. A indústria de telecomunicações deve aproveitar o poder da IA, enquanto trabalha com investidores e reguladores para otimizar a estrutura do mercado e implantar negócios para construir escala", completa Queiroz.
5G e investimentos
Apesar de considerar a adoção do 5G "lenta" em escala global, a PwC estima que as assinaturas 5G devem quadruplicar até 2028, tornando-se o padrão móvel dominante a partir de 2026. A tecnologia deve sair de 1,79 bilhão em 2023 para 7,51 bilhões em 2028, com sua participação no total de assinaturas móveis mais do que triplicando, de 18,8% em 2023 para 64,1% em 2028.
Já o Fixed-Wireless Access (FWA) é apontado como a tecnologia de banda larga de crescimento mais rápido, crescendo a uma taxa composta de crescimento anual de 18,3%.
O investimento de capital (capex) em telecomunicações deve crescer uma taxa composta de crescimento anual de 2,4% a partir de 2024 impulsionado por banda larga fixa (fibra) e, posteriormente, pelo 6G, avalia a consultoria.
