Após reduzir o quadro de pessoal em cerca de 2,9 mil colaboradores em um período de doze meses (quase 17% do quadro), a Oi está preparando uma nova readequação da estrutura operacional em razão das recentes vendas de ativos de banda larga via fibra e TV por assinatura.
O planejamento foi indicado nesta quinta-feira, 15, pelo CEO da operadora, Marcelo Milliet. O executivo comandou conferência sobre os resultados da Oi no primeiro trimestre, na qual não foram recebidas questões de analistas de mercado.
"É importante mencionar que temos oportunidades adicionais de redução de custos no futuro, principalmente pelas economias geradas pela mudança recente [da concessão] para o regime de autorização, além daquelas relacionadas à readequação da estrutura operacional da companhia após as vendas de ativos", indicou o CEO.
O objetivo perseguido seria uma "estrutura operacional mais enxuta e adequada ao processo de transformação da companhia". Milliet ainda destacou que a redução anual de cerca de 17% no total de colaboradores contribuiu para redução de 5,5% dos custos com pessoal ano contra ano, que somaram R$ 412 milhões.
Redução de tamanho
A readequação de pessoal faz parte de um conjunto de iniciativas para redução de custos em curso na Oi, que concluiu em 2025 a venda Oi Fibra à V.tal e da Oi TV à Mileto Tecnologia. No primeiro trimestre, os custos e despesas de rotina da operadora somaram R$ 1,87 bilhão, em queda de 21%.
Entre as medidas está a desmobilização até o fim do ano da rede legada, após a migração do contrato de concessão da telefonia fixa (STFC) da Oi. A empresa projeta R$ 2,5 bilhões em economias com o fim de obrigações como concessionária, sendo que R$ 1 bilhão foram apurados desde janeiro de 2024 e o restante é esperado até dezembro de 2025.
Um impacto da mudança deve ocorrer nos serviços de manutenção de rede. No primeiro trimestre a linha somou R$ 104 milhões em custos, em alta de 122% causada pela retirada de cobre das redes legadas, material que a Oi pretende monetizar. Sem este efeito considerado pontual, o custo com manutenção de rede teria caído 7,9% no trimestre.
Há também medidas em curso no âmbito comercial. "Adotamos uma estratégia centrada na gestão da qualidade e da rentabilidade, por meio de alteração de políticas de fortalecimento dos canais", afirmou Marcelo Milliet. Como resultado, a estratégia gerou reduções dos gastos com faturamento (-41% ano contra ano), vendas (-45%), relacionamento com clientes (-36%) e publicidade e propaganda (-73%).