Entidade que representa a indústria móvel a nível a global, a GSMA alertou que o progresso na redução da disparidade de gênero no acesso à Internet móvel em países de baixa e média renda (PBMRs) estagnou.
Apesar de uma taxa recorde de 63% das mulheres utilizando a Internet móvel nesses países, o ritmo de crescimento desacelerou, e a lacuna de gênero se estabilizou em 14%.
A situação é mais grave no Sul da Ásia e na África Subsaariana, onde a disparidade é de 32% e 29%, respectivamente, concentrando a maioria das 885 milhões de mulheres offline.
A chefe de inclusão digital da GSMA, Claire Sibthorpe, chamou a estagnação do progresso de "desanimadora" e enfatizou que os dados "destacam a necessidade urgente de maior foco e investimento por parte de todas as partes interessadas, trabalhando juntas para fechar a lacuna digital de gênero".
Acessibilidade financeira
A acessibilidade financeira, com smartphones de entrada custando o dobro da proporção da renda mensal para mulheres em comparação com homens, é um dos principais obstáculos. Calcula-se que 945 milhões de mulheres não possuem celular.
Mesmo online, as mulheres utilizam a Internet com menos frequência devido a preocupações com segurança, custo dos dados e falta de letramento digital.
A GSMA estima que fechar essa lacuna de gênero poderia gerar um impacto significativo no PIB, podendo liberar US$ 1,3 trilhão em PIB para esses países entre 2023 e 2030, e na receita da indústria móvel, podendo gerar US$ 230 bilhões em receita adicional.