A inclusão de 100 MHz adicionais em 3,5 GHz para o leilão de 5G não foi bem vista pelo setor satelital, que se diz surpreso não apenas pelo pouco tempo para analisar a mudança, mas pela falta de estudos apropriados e análise de impacto regulatório. As operadoras de satélite consideram que a Anatel foi precipitada com a proposta, e que seria necessário mais tempo para avaliar "com calma" os impactos que a atribuição da faixa de 3,4-3,8 GHz.
Se a Anatel seguir com a proposta de 100 MHz adicionais, o diretor jurídico-regulatório da Hispamar, Luiz Fernando Fernandes, diz o cenário será preocupante. "O uso carece de estudos, debates e análise de impacto, que não foram feitas. A Hispamar recebeu a inclusão da faixa com surpresa, porque consultas anteriores sugeriram outro caminho", declarou ele nesta sexta, 15, em evento online do site Tele.Síntese.
Para Fernandes, é preciso saber "se é maduro ou não incluir algo tão impactante, considerando serviços da banda C". Na visão da companhia, caso a agência decida seguir por esse caminho, espera-se que sejam disponibilizados "prazos razoáveis" e como tutelar e proteger os serviços da banda adjacente com filtros, que ainda precisam ser certificados e homologados.
"Estamos analisando internamente a possibilidade de migração, considerando frota do grupo e aspectos técnicos e regulatórios", afirma. Fernandes entende que a Anatel precisa ao menos colocar as informações necessárias, "detalhadas e esclarecidas, para resolver a sensação de que o assunto não foi discutido a fundo". Em geral, as operadoras de satélite no evento consideraram que pode haver sobreoferta de espectro.
Histórico de uso
"O setor está em conjunto com empresas envolvidas na licitação, e contratamos uma consultoria que vai nos ajudar a avaliar a estratégia da migração da banda C estendida para outras faixas", declara o presidente do Sindisat, Luiz Otávio Prates. Ele ressalta que essa faixa é usada por satélites desde os anos 70, e que, por ter características técnica de imunidade a condições adversas como chuvas e tempestades, tem aplicações em serviços de missão crítica.
"A gente continua fazendo investimentos nessa capacidade. A Claro está lançando o [Star One] D2 com banda C, por exemplo. E continuam a ser lançados, porque o Brasil é um país típico para a utilização da banda C", afirma o general manager da Intelsat no País, Márcio Brasil. "A inclusão desses 100 MHz foi feita agora em janeiro, e quando começamos a estudar isso, veio a pandemia. Não tivemos tempo hábil para avaliar todos os impactos."
Bruno…o planeta está fechado para reformas ! É razoável agora deixar 'a poeira baixar' …e num certo dia (do ano 2021…2022), voltar no tema …e revisar TUDO . São muuuitas as indefinições, desde o uso adequado do espectro em 3,5GHz , dos recurso e investimentos para o leilão 5G …das potencias quedas nas receitas das operadoras telecom (por inadimplência do atual serviço)…dos atrasos nos desenvolvimentos das industrias eletrônicas de smart phones…da falta de $$ dos usuários para comprar um novo celular …etc. Vida que segue …