A possibilidade de separar o aplicativo de fotos Instagram do conglomerado da Meta já esteve no horizonte de Mark Zuckerberg, segundo a agência de noticias Reuters. A informação foi obtida a partir de um documento exibido durante o segundo dia de julgamento de um processo que a Meta enfrenta movido pela Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC, em inglês).
O documento, datado de 2018, explica que essa poderia ser uma saída para evitar uma possível ação antitruste movida pela agência de concorrência americana contra a empresa, que agora está em andamento.
A FTC tenta mostrar que ao adquirir o Instagram e o WhatsApp, a Meta elaborou uma estratégia para eliminar concorrentes e manter um monopólio que o órgão classifica como ilegal.
Questionado sobre os motivos que o fizeram adquirir o Instagram Mark Zuckerberg disse que o Instagram tinha uma tecnologia melhor que a do aplicativo que a empresa estava desenvolvendo naquela época. Mas para a FTC, o rápido crescimento do Instagram poderia ser destrutivo para a Meta.
O caso, aberto pela FTC durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump, é amplamente visto como um teste às promessas do novo governo Trump de enfrentar as grandes empresas de tecnologia, diz a agência de noticias Reuters.
"Estávamos fazendo uma análise de construir versus comprar enquanto desenvolvíamos um aplicativo de câmera", disse Zuckerberg no seu depoimento. "Achei que o Instagram era melhor nisso, então achei melhor comprá-los."
Segundo a Reuters, a Meta argumenta que suas intenções anteriores são irrelevantes porque a FTC definiu o mercado de mídia social de forma imprecisa e não levou em conta a forte concorrência que a Meta enfrentou com o TikTok da ByteDance, o YouTube da Alphabet/Google, e o aplicativo de mensagens da Apple.
Mas a FTC diz que as plataformas onde os usuários transmitem conteúdo para estranhos com base em interesses compartilhados, como X, TikTok, YouTube e Reddit, não são intercambiáveis ou integrados.
Durante seu depoimento, Zuckerberg também reconheceu que muitas das tentativas da empresa de criar seus próprios aplicativos falharam. "Criar um novo aplicativo é difícil e, na maioria das vezes, quando tentamos criar um novo aplicativo, ele não obteve muita aceitação", disse Zuckerberg ao tribunal.
A acusação
A FTC acusa a Meta de deter o monopólio de plataformas usadas para compartilhar conteúdo com amigos e familiares, onde seus principais concorrentes nos Estados Unidos são o Snapchat da Snap, e o MeWe, um pequeno aplicativo de mídia social focado em privacidade, lançado em 2016.
O julgamento será o primeiro grande teste da Comissão Federal de Comércio (FTC) do presidente Donald Trump de desafiar as Big Techs. O processo foi movido contra a Meta — então chamada de Facebook — em 2020, durante o primeiro mandato de Trump. Ele alega que a empresa comprou o Instagram e o WhatsApp para esmagar a concorrência e estabelecer um monopólio ilegal no mercado de mídias sociais. (Com informações da Reuters)