A GVT decidiu desacelerar seus planos e aguardar a votação do PL 29, para só depois lançar seu serviço de televisão por assinatura. O projeto de lei em discussão em Brasília trata da abertura do mercado de TV por assinatura para as teles, entre outras questões. A GVT já selecionou quatro entre os dez consórcios habilitados para o processo de seleção do parceiro tecnológico no processo. Recebeu inicialmente 21 propostas.
Os nomes dos finalistas não foram revelados. A direção da empresa quer aguardar a definição regulatória para poder oferecer um serviço completo de televisão, incluindo conteúdo e grade de programação. Desta forma, ampliará o projeto original de oferta de video-on-demand (VoD), que estava prevista para julho próximo.
Vale lembrar, contudo, que a GVT não é uma concessionária de telecomunicações, e por isso não está sujeita, hoje, a nenhum tipo de impedimento para entrar no mercado de TV por assinatura. Aprovado o PL 29/2007 na forma como está, contudo, a empresa terá algumas restrições no que diz respeito ao conteúdo, já que empresas de telecomunicações (sejam autorizadas ou concessionárias) não poderão controlar empresas de produção e programação.
Espera
A decisão de esperar se deve à perspectiva de que o PL 29 está caminhando mais rapidamente agora, próximo, portanto, do desfecho. O que poderia parecer um atraso no projeto da operadora, na verdade é explicado como estratégia para evitar repetição de trabalho e revisão do modelo de negócios. A palavra agora é cautela. ¿Se o PL 29 for aprovado, será bom para a GVT¿, afirmou o vice-presidente da unidade de negócios de varejo e internet, Alcides Troller Pinto, que participou nesta terça-feira, 15, de uma teleconferência para apresentar os resultados da empresa aos analistas de mercado e investidores.
Impacto das regras
Enquanto aguarda a votação do projeto, a empresa continua com seu cronograma de trabalho. Troller disse que naturalmente uma mudança no ambiente regulatório impactará a escolha e adaptação da plataforma e do produto. Mas ainda há muitas etapas a serem realizadas. Mesmo porque, após a definição do PL 29, o projeto de televisão paga da GVT exigirá um prazo para ser desenvolvido e implantado. Os quatro fornecedores que estão no short list negociam agora financiamento e prazo com a tele. A plataforma tecnológica de todos eles tem condições de transmitir VoD e grade de programação. A empresa também vem negociando com provedores de conteúdo.