Especialistas sugerem políticas públicas para desenvolver TIC no Brasil

Durante evento Huawei Latin America Innovation Day, realizado em São Paulo nesta quinta, 15, especialistas em tecnologias da informação e comunicação (TIC) tentaram apresentar ideias para o desenvolvimento e a inserção do Brasil na economia digital global. A percepção de estrangeiros em relação às políticas do País na área, contudo, é a de que é preciso não apenas incentivar a indústria, mas também não atrapalhar.

Na visão do vice-presidente de relações internacionais de mídia da Huawei, Joe Kelly, uma ação que o governo brasileiro deveria tomar é a de não considerar leilão de espectro como algo arrecadatório. Ele explica que países europeus seguiram pelo caminho arrecadatório com a tecnologia 4G, o que teria custado ao bloco a liderança que tinham na geração anterior de redes móveis. "Eu encorajo os governos a ver o modelo que eles aplicam, porque isso atrasa a implantação", afirma. Na visão dele, também é preciso se ater às indústrias e aos recursos locais em vez de tentar criar uma economia digital do zero.

A percepção do presidente do presidente da Fundação de Tecnologia da Informação e Inovação (ITIF), Robert Atkinson, é que o governo tem de promover os projetos, mas especialmente precisa remover barreiras. Ele sugere iniciativas "que não custam nenhum dinheiro", como a adesão do Brasil ao tratado da Organização Mundial de Comércio para taxação de produtos de TIC, como celulares e computadores. "Há 60 países que são signatários, e isso tem sido um grande impulsionador (para o desenvolvimento da TIC). É algo que o Brasil poderia assinar rapidamente, e os aparelhos teriam preços reduzidos dramaticamente", sugere.

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Atkinson justifica que a redução da receita em coleta imediata seria compensado com o desenvolvimento trazido pela maior presença da tecnologia na população. Outra sugestão é uma "moratória de impostos para banda larga", pelo menos por um prazo de dez anos até que a penetração dos serviços esteja adequada no País. Entre as medidas que ele aconselha aos países no sentido de fomentar o desenvolvimento de IoT estão a redução e impostos, ampliação da capacidade espectral, menor regulação no uso de dados, políticas de educação da TICs e intensivo uso das TICs pelos governos, que assim agem como fomentadores de novas tecnologias, dando escala a inovadores.

Mais cedo, em painel, a sugestão do vice-presidente de relações governamentais da Huawei Global, Detlef Eckert, foi a de aproveitar o caráter "multiplicador" do investimento das TICs. E que isso seja feito em uma parceria com outros países latino-americanos. "Isso pode ser feito nacionalmente, mas para a América Latina pode ser uma boa ideia fazer junto. Tem lugares de cooperação, mas meu ponto seria fortalecer a cooperação para uma agenda digital mais sistemática", diz, mencionando como pontos de foco a conectividade, tecnologia, habilidades digitais, comércio digital, governo digital e cibersegurança.

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