Net e Claro dizem não temer concorrência de provedores de conteúdo por banda larga

Na contramão das infindáveis reclamações das teles de todo o mundo sobre a demanda por vídeos e outros conteúdos over-the-top (OTT) sobrecarregando as redes de dados e sobre a necessidade dos provedores de conteúdo OTT arcarem com parte dos custos de infraestrutura, o gerente de engenharia da Net, João Padilha, foi enfático: “O OTT é inevitável, não tem como nadar contra a maré. No fim do dia sabemos que quem vai decidir é o próprio usuário e estamos trabalhando para que ele use os conteúdos que oferecemos na nossa rede”. Ele participou  do primeiro dia do Congresso TV 2.0, que acontece em São Paulo até esta sexta-feira, 16.

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Segundo Padilha, a ideia é oferecer melhor experiência e melhor qualidade, além de conteúdos exclusivos ou com menores janelas de exibição que OTTs como NetFlix, Saraiva Digital etc.

“Estamos preparando nossa rede para o aumento da demanda por banda dos nossos usuários, para garantir, acima de tudo, qualidade para os nossos próprios serviços on demand, independentemente se o assinante vai usar a conexão para acessar este ou aquele conteúdo”, pontua. O investimento na capacidade de rede, na arquitetura de distribuição do conteúdo e ainda em inteligência no gerenciamento dessa rede são pré-requisitos para as próximas fases de expansão do Now, o serviço on demand da Net, que compreenderá a oferta de conteúdos fora da casa do usuário. “Já estamos em testes com plataformas que hospedarão os conteúdos formatados para as demais telas, como tablets e smartphones, para entregar o conteúdo não apenas dentro da rede da própria Net, através de hotspots Wi-Fi espalhados pela cidade, mas também em qualquer rede, mediante autenticação do assinante, no modelo de TV everywhere”. A expectativa é de que esse acesso fora da casa do usuário possa ser lançado até o final do ano.

Estratégia de grupo

O posicionamento estratégico da Net é compartilhado pela operadora de telefonia móvel Claro, empresa também controlada pela mexicana América Móvel. “Não temos ojeriza ao OTT. Pelo contrário, ele é importante para nossas ofertas de dados. Mas queremos ser elementos ativos nessa cadeia de distribuição de conteúdo”, revela o gerente de SVA da Claro, Rafael Lunes.

Para Lunes, o papel da operadora celular é também de popularizar o consumo de vídeo. “Os smartphones podem ser set-tops de bolso e, com uma cobertura de banda larga móvel de qualidade e uma solução de distribuição de conteúdos proprietária (em referência a conteúdos da Net Serviços e da Claro TV, ex-Via Embratel), podemos trabalhar com tarifas diferenciadas ou mesmo isenção de tarifas para esse tipo de tráfego de dados”, revela Lunes. Ele salienta, entretanto, que não se trataria de degradação da rede para outros serviços OTT ou algo que fira a neutralidade da rede, mas sim uma política comercial, de isentar o tráfego de dados para um serviço próprio de distribuição de vídeo na rede móvel.

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