Standard & Poor's volta a rebaixar nota de crédito da Oi

Foto: Bruno do Amaral

A agência Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito da Oi, segundo informou a própria operadora em comunicado ao mercado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta segunda-feira, 15. A S&P's revisou o rating na escala global de BB+ para BB-, e na escala nacional de brAA+ para brA-, além de manter o outlook negativo com a possibilidade de rebaixar novamente as notas em 12 meses caso continue observando "riscos de refinanciamento crescentes e pressões de liquidez após a companhia consumir sua posição de caixa atual para pagar dívida". Basicamente, a agência acredita que o único cenário positivo é com a possibilidade de injeção de capital de US$ 4 bilhões do fundo russo Letter One em caso de combinação com a TIM.

Em sua revisão, a Standard & Poor's espera "ainda mais do que se previa" que a Oi aumente os níveis de dívida por pressão dos custos maiores e despesas na geração de fluxo de caixa. Além disso, destaca as condições macroeconômicas piores no País. "Embora esperássemos que a companhia fosse aumentar a geração de EBITDA e lucratividade de forma mais rápida por conta das iniciativas de cortes de custos, agora acreditamos que isso será atrasado porque o aumento da inflação e atual depreciação do câmbio colocam mais pressão na estrutura de custos", diz a firma.

A empresa diz que o alto custo da dívida conectado às taxas de juros básicas no Brasil tem incapacitado os planos da Oi de melhorar a geração de fluxo de caixa. Avalia ainda que a operadora não conseguiu vender alguns ativos, o que também aumenta os níveis da dívida. A firma espera agora que a tele mantenha a relação de dívida/EBITDA em 6x pelos próximos dois anos, sem considerar eventuais injeções de capital ou processos de consolidação. "Neste ponto, a probabilidade e o tempo de tais eventos são difíceis de prever", declara. Espera que a Oi continue focando no refinanciamento da dívida para evitar pressões de liquidez, enquanto procura melhorar a estrutura de capital com a redução da dívida.

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Como base, a Standard & Poor's considera receitas estáveis em 2016 e aumento de 2% no ano seguinte, com aumento na receita média por usuário (ARPU) devido à melhoria na banda larga e na TV paga, mas piora no segmento móvel devido às menores receitas com taxas de interconexão. Prevê também geração estável de EBTIDA, mais gastos com pagamento de juros, e Capex de R$ 5,2 bilhões neste ano e R$ 5,5 bilhões no ano seguinte.

A dívida atual da Oi é de cerca de R$ 17 bilhões, composta por empréstimos do BNDES, de agências de crédito e debêntures, entre outros elementos. A Standard & Poor's afirma acreditar que a operadora ainda conta com relação boa com bancos, que poderiam permitir o refinanciamento da dívida. Além disso, a agência lembra que a empresa mostrou gerenciamento de risco prudente ao antecipar o refinanciamento da dívida, embora considere revisar a liquidez para "menos do que adequado" se não observar a tele voltar a ganhar gradualmente o acesso a crédito nos mercados de forma satisfatória.

2 COMENTÁRIOS

  1. Olá Bruno—Artigo muito importante porque chama a atenção para os problemas da Oi. O fator mais relevante para o futuro da empresa, porém, a S&P não conseque capturar, que é a reforma do regime de concessão, um fator regulatório difícil de prever e quantificar.

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