Na avaliação do vice-presidente de finanças da GVT, Karlis Kruklis, no caso de uma eventual fusão entre Oi e BrT, a GVT pode até vir a se beneficiar, uma vez que as duas empresas, durante um tempo, terão seus esforços voltados para integração das atividades, racionalização da infra-estrutura etc. ?Potencialmente podemos ter alguma oportunidade por causa do tempo de adaptação para o pleno funcionamento das duas empresas juntas?, diz ele. O executivo destaca, no entanto, que a estratégia da empresa não vai mudar caso a fusão aconteça de fato. ?Os motivos para o negócio são vinculados a resultado financeiro, ganhos de escala etc. Do ponto de vista de competição do mercado, nada muda?, diz Kruklis.
A GVT planeja, no segundo semestre, expandir suas operações para mais duas cidades fora da sua área original de atuação, a região II. Kruklis afirma que foi feito um estudo de viabilidade comercial que abrangeu mais de 1,5 mil cidades, a primeira da lista foi Belo Horizonte, onde a empresa começou a operar em setembro do ano passado. O executivo não revela o nome dessas outras cidades, mas afirma que são municípios com mais de 1 milhão de habitantes, assim como BH.
Para 2008, a expectativa é que os investimentos se mantenham no mesmo nível de 2007, ano em que a empresa desembolsou R$ 566 milhões, considerando a aquisição da Geodex e novos contratos para rotas internacionais. ?Antes do IPO todo o nosso investimento provinha do próprio caixa. No entanto, temos que manter a mesma disciplina financeira em tempos de maior bonança?, diz Kruklis. Para atender todos os planos de crescimento da companhia, a GVT entrou com pedido de financiamento no BNDES no valor de R$ 500 milhões para os próximos três anos.
Portabilidade
Entre os investimentos que serão realizados em 2008, já estão previstos cerca de R$ 20 milhões a R$ 25 milhões para preparar a GVT para a portabilidade numérica. A empresa optou por construir ela própria – e não contratar de terceiros -a chamada Base de Dados Operacionais (BDO), sistema que estará permanentemente em contato com a Base de Dados de Referência (BDR), administrada pela ABR Telecom. A BDR atualizará a BDO de cada empresa para a localização da rede do número chamado.
A GVT enxerga na portabilidade numérica uma grande oportunidade para conseguir clientes dos concorrentes. Uma pesquisa encomendada pela própria empresa mostrou que 41,7% dos não clientes não migram para a GVT por causa da mudança do número.