Competição com OTTs exigiu novas estratégias das operadoras de TV paga

A "economia da atenção" tem trazido aos serviços de telecomunicações uma necessidade de adaptação para garantir seus consumidores. Um dos serviços que passou por este processo foi o de TV paga (SeAC). Isso porque a competição agora não se dá mais com a televisão aberta e locadoras de vídeos, mas sim plataformas de streaming e novas telas.

Segundo Fernando Magalhães, diretor de Programação e Conteúdo da Claro, as mudanças tecnológicas fizeram a operadora mudar a dinâmica de oferta do serviço de TV paga. "Isso apontou para colocar uma oferta de conteúdos on demand, por exemplo. Hoje já temos como ofertar para os nossos clientes plataformas de streaming dentro do nosso set-top box. Já temos o Netflix, e estamos em diálogo com outros grandes players do segmento", disse o executivo em live organizada pela Anatel que discutiu o tema nesta quarta-feira, 14.

Magalhães acredita que essa é uma forma dos prestadores de TV paga entrarem no jogo para garantir a atenção dos seus clientes. "Eu não tenho duvida de que poucos tenham ganhos de escala iguais ao Netflix e à Amazon. Mas mesmo nesse modelo, precisamos entrar no jogo e ofertar para o nosso assinante de TV por assinatura conteúdos destes players", disse.

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Parceria com OTT

O executivo da Claro lembrou que quando a operadora estava prospectando incluir o Netflix em seu leque de canais, conversaram com a Comcast, operadora de telecomunicações norte-americana. "Na conversa, eles falaram que era melhor colocar o Netflix no meu set-top box do que o assinante desconectar do meu serviço e assistir filmes na plataforma de streaming em uma TV conectada", disse.

Gabriela Rocha, coordenadora da Comissão de Telecomunicações e Mídia da Associação Brasileira de Direito da Tecnologia da Informação e das Comunicações (ABDTIC), acredita que as plataformas de streaming trouxeram um amadurecimento que permitiu à produção audiovisual atingir novos níveis de produção, especialmente para garantir conteúdos distribuídos em OTT.

"Temos vários casos de sucesso nesse modelo, como a série 3% no Netflix. Isso também dialoga com a pesquisa da Kantar Ibope, que mostra que 57% da população brasileira consome Internet pelo celular, e desses, mais de 30% consome streaming por esse dispositivo", disse Rocha. A representante da ABDTIC acredita que o momento que estamos vivendo está mostrando que o streaming veio para ficar, o que coloca mais competitividade pela atenção do usuário e reforça que as operadoras de telecomunicações são imprescindíveis para garantir o acesso a esses conteúdos.

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