Amdocs quer operadoras entrando no mundo da NFV

Promessa de anos recentes na indústria de telecomunicações, a virtualização de funções de rede (NFV, na sigla em inglês) começa a sair do papel agora. A Amdocs anunciou nesta terça-feira, 14, o lançamento de sua solução, que já está sendo utilizada em um acordo com a operadora norte-americana (junto com a Juniper Networks) AT&T para fornecimento da NFV que está sendo implantada nos Estados Unidos. E o próximo passo é de trazer essa ferramenta para o Brasil, vencendo o desafio de lidar com a infraestrutura legada de incumbents e de justificar o investimento com maior flexibilidade e menos Capex e Opex.

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De acordo com o presidente da Amdocs no Brasil, Nelson Wang, há teles que são mais conservadoras, embora ele creia que, pelo menos a médio prazo, todas vão acabar cedendo à NFV. "A adoção depende muito das operadoras, o legado é muito grande, tem muito de equipamentos de fibra, de DPS, de pós móvel e fixo e centrais que não são tão fácil de simplesmente migrar e sair desse mundo antigo, então tem um tempo de transição para chegar a um ambiente totalmente virtualizado", prevê. No entanto, para a infraestrutura que já está em IP, essa migração já fica mais fácil. "A adoção do IP está sendo relativamente rápida, e, na medida em que for padrão, a virtualização vai acelerar."

Uma justificativa para que a virtualização de funções de rede seja adotada é simples: eliminando a necessidade de alguns elementos de hardware, a empresa consegue facilmente gerenciar os ativos e implantá-los com escala, dando flexibilidade. Além disso, é possível compartilhar a mesma infraestrutura física de rede para aplicar NFV para mais de uma companhia ao mesmo tempo. "Uma das grandes vantagens é exatamente poder compartilhar a infraestrutura: eu crio ambientes virtuais em cima de um mesmo meio físico, e isso é transparente para meu cliente", diz Wang.

A desconfiança do mercado vai, aos poucos, sendo diminuída pelas vantagens. "Tem a questão do Opex, do Capex, da flexibilidade e da (diminuição da) complexidade. Sempre que conversamos (com operadoras), o pessoal garante que o interesse é crescente, eles têm interesse e, em algum momento, estarão muito provavelmente aplicando a tecnologia. Obviamente tem timing para isso, algumas vão ser early adopters", declara.

Produtos

A própria solução da Amdocs promete trazer essas características ao operador. O produto está sendo anunciado agora, durante a Futurecom, e a empresa vai procurar conversar com operadoras e grandes companhias brasileiras. Nelson Wang afirma que, entre os benefícios, o processo de instalação de novos serviços de para o usuário corporativo (que pode alterar seu plano pela nuvem, em tempo real) pode diminuir de cinco dias para sete minutos. "O usuário é que define a rede que ele quer", destaca, citando ainda aplicações de voz sobre LTE (VoLTE). "O cliente define o que ele quer, desenha a solução, depois faz a configuração e, em questão de minutos, tem o sistema disponível. Tudo de forma self-service."

Isso é possível por conta da ferramenta chamada Network Cloud Service Orchestrator, que permite ainda a criação de novos serviços de protocolo IP multimídia (IPMS) e serviços de valor agregado para gravação de voz. "Cada operadora colocava um IPMS para fazer gestão de dados e vídeo, agora você pode virtualizar e o serviço de controle de dados será na nuvem, além da parte de procuração, serviço de segurança e toda a parte de packet core", explica Wang. "Quando você coloca esses elementos na parte virtual, o desafio de gestão passa a ser um problema endereçado, independente de qual seja o elemento de rede, de qualquer vendor, fazemos de forma independente e garantimos a gestão do serviço fim a fim." A outra parte da solução de NFV da Amdocs é o Virtual PCRS, que faz a gestão das políticas na nuvem da infraestrutura virtualizada, permitindo, por exemplo, configurar a banda do usuário.

Na visão de Wang, essas soluções vão ajudar as operadoras a começar o processo de virtualização. "É uma tecnologia que vai crescer, e vamos trabalhar dentro do nosso ambiente para facilitar a vida das operadoras, vamos integrar em nosso pacote de CRM, de billing, de OSS… Eu vou atender meu usuário de forma rápida, flexível e integrada. Em cima disso, a gente fala em coisas como big data, para minerar performance de rede", diz. "Estamos cada vez mais evoluindo, integrando e facilitando a vida da operadora e melhorando a experiência."

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