A oferta pública da Vodafone pela Kabel Deutschland Holding (KDH) na Alemanha foi finalmente completada nesta segunda-feira, 14. Dessa forma, a operadora britânica passa a ter 76,57% do capital da KDH. Em junho, quando a transação foi anunciada, o valor pela aquisição era de 7,7 bilhões de euros. A Vodafone reiterou em comunicado a intenção de "entrar em acordo de dominação, lucro e transferência de perdas com a KDH", confirmando ainda que a discussão com os acionistas já teria começado. O desafio agora será provar que tem capacidade para integrar as operações de forma a compensar a aquisição.
A compra da Kabel Deutschland visa fortificar com a infraestrutura e atuação em linhas fixas da empresa a divisão alemã da Vodafone, que, por sua vez, foi conseguida com a antiga operadora Arcor. A combinação das duas irá resultar em uma empresa com 11,5 bilhões de euros em receitas, além de uma base de 32,4 milhões de acessos móveis, 5 milhões de conexões de banda larga e 7,6 milhões de acessos de TV por assinatura. Após a transação, a operadora alemã ainda espera um aumento na receita por conta da sinergia de cross-selling e lealdade de consumidor em um valor líquido acima de 1,5 bilhão de euros. Os custos de integração são estimados em 300 milhões de euros em quatro anos.
No entanto, a transação pode ser um tiro pela culatra para a Vodafone. De acordo com o site o Mobile World Live, a analista da Sanford C. Bernstein, Robin Bienenstock, afirma que a aquisição é "mais provável que se prove disruptiva e com valor destrutivo do que a companhia esperava". Robin analisa que a Vodafone não teria um gerenciamento adequado para integrar os produtos fixos com os móveis, pois o backoffice na Alemanha estaria limitado para o legado em cobre da antiga Arcor, em detrimento à rede de fibra da Kabel Deutschland. "Vemos as sementes de um desastre", alerta.