A nova onda de discussão de políticas públicas para inclusão digital, iniciada com a tentativa do governo de criar um Plano Nacional de Banda Larga, não pode deixar de lado a importância da segurança regulatória para a manutenção dos investimentos privados no setor. Este foi o recado dado por representantes de operadoras de telecom e fabricantes em um dos debates realizados durante o primeiro dia da Futurecom. "O desafio da regulação é o equilíbrio entre o idealismo e a solvência", declarou Francisco Perrone, vice-presidente de Assuntos Internacional da Oi e ex-conselheiro da Anatel. Esse equilíbrio é muito "delicado", nas palavras do deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB/CE), mas deve ser procurado para que o setor consiga continuar avançando.
No que depender da Anatel, as empresas podem ficar tranquilas. Segundo o conselheiro Antônio Bedran, a agência reguladora "tem uma busca incessante para estabilidade regulatória e pela segurança jurídica". E o Plano Geral de Regulamentação (PGR) é uma prova deste comportamento, uma vez que baliza todas as ações de grande impacto que a autarquia pretende tomar no curto, médio e longo prazo.
A agência, porém, está limitada com relação à garantia de segurança com relação ao plano de banda larga. "O papel da Anatel não é fazer política pública. O papel da Anatel é aguardar a formulação dessa política e ai regular o que for necessário", ponderou Bedran. Para Ércio Zilli, vice-presidente de Regulação e Interconexão da Vivo, seria interessante aproveitar esse momento de mudanças "profundas" no setor para reduzir a intervenção regulatória. "Quanto menos regulação, mais fácil será o investimento", avaliou Zilli.
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