Mercado começa a questionar viabilidade da fusão

As ações da Brasil Telecom e Telemar operaram em forte queda durante esta terça-feira, 14, mas acabaram fechando em patamares mais amenos. Além do momento de incertezas gerado pela crise financeira mundial, analistas dizem que o mercado começa a questionar se a operação ainda vale a pena, considerando os valores acordados no final de abril. Tais riscos foram apontados por este noticiário em editorial na segunda, 13.
Pelos cálculos da analista Kelly Trentin da SLW Corretora, a Brasil Telecom PN (BRTO4) desvalorizou cerca 46% desde o anúncio do acordo até hoje. Já as ações preferenciais da holding (BRTP4) perderam 47,2% do seu valor no mesmo período. No caso das ações ordinárias tanto da holding como da operadora a desvalorização, segundo a analista, foi da ordem de 19%. "Diante deste cenário, o mercado começa a se questionar se a operação vale tanto a pena assim", diz ela.
Além da alta desvalorização dos ativos, outro fator que contribui para o clima de incerteza é o prazo para a concretização do negócio. Conforme já demonstrou esse noticiário, dificilmente a alteração no PGO e a anuência prévia saem antes de 21 de dezembro, data fixada pela Oi para a concretização da compra. Se o negócio não sair até lá, a Oi tem de pagar uma multa de R$ 490 milhões à BrT, conforme estabelecido em contrato, ou as partes têm que chegar a um novo entendimento sobre prazos.

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Na opinião de outro analista que preferiu não se identificar, a Oi não tem condições de negociar o preço para ajustar ao valor de mercado atual da BrT, porque corre o risco de perder a companhia para outro grupo, o que seria o "pior dos mundos". Isso porque a Oi já comprou em mercado cerca de R$ 3 bilhões em ações preferenciais da Telemar/Oi, visando a obtenção do controle e de repente pode se ver como acionista minoritária de um grupo estrangeiro como Telmex ou Telefónica, além de perder dinheiro com a desvalorização dos papéis. "O medo do mercado é do negócio não sair pelo prazo. Não vejo negociação de preço. A Oi vai fazer de tudo para conseguir comprar e de preferência sem pagar a multa", diz ele.
Consultada sobre o assunto, a Oi respondeu o seguinte: "O negócio obedece a desígnios de longo prazo e enseja-se na estratégia competitiva também de longo prazo". A Brasil Telecom também foi procurada, mas não pôde se pronunciar no momento por estar em "quiet period", em razão do balanço trimestral que divulgará nesta quarta-feira, 15.

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