EAF estuda expandir limpeza da faixa de 3,5 GHz em áreas próximas a grandes cidades

Foto: Pixabay

As desocupações da faixa de 3,5 GHz para o 5G nas cidades com mais de 500 mil habitantes (e que não são capitais) podem funcionar com uma nova dinâmica. Segundo o conselheiro da Anatel e presidente do grupo de acompanhamento da faixa (Gaispi), Moisés Moreira, está sob análise a possibilidade de limpar também localidades ao redor ou próximas dessas cidade. Isso seria implementado por meio de clusters, conforme está sendo avaliado por estudo feito pela Entidade Administradora da Faixa (EAF, ou Siga Antenado).

Desta forma, afirma Moreira, seria possível adiantar a desocupação do espectro em algumas outras cidades previstas do edital, otimizando também o próprio trabalho da EAF. A entidade tem até 1º de janeiro de 2023 para promover o trabalho de mitigação de interferências no 3,5 GHz com as estações profissionais fixas satelitais (FSS) e de migração da TV aberta satelital (TVRO) da banda C para a banda Ku.

"A EAF deve apresentar este estudo até outubro para o Gaispi, e eu pretendo discutir isso na reunião do Conselho Diretor da Anatel do dia 11 do mesmo mês", disse Moisés Moreira, que participou na tarde desta quarta-feira, 14, do II Simpósio TelComp, que acontece em Brasília nesta semana.

Notícias relacionadas

Leandro Guerra, CEO da EAF, explica que a ideia de trabalhar com clusters envolve três cenários: um que limpa as regiões metropolitanas dessas cidades com mais de 500 mil habitantes; um segundo que desocupa a faixa de municípios próximos dessas cidades, mas que não integram com a região metropolitana; e um terceiro, que foca somente nas cidades de 500 mil habitantes. "Ainda não temos nada definido sobre isso. Tudo está em estudo. Mas pretendemos apresentar essa proposta para o Gaispi o quanto antes", disse Guerra.

Obrigações

Caso a proposta de clusters seja aprovada, se terá cidades de diversos portes prontas para receber o 5G. Mas, segundo Moisés Moreira, isso não significa que as operadoras já são também obrigadas a entrar nessas localidades. "Como o cronograma de limpeza é diferente do de implantação, e o edital fez uma divisão por número populacional, a liberação dessas cidades que integrarão os cluster não obriga das operadoras a já implantarem nelas o 5G. Elas podem respeitar o cronograma. Aí cada operadora avalia se quer entrar antes ou não naquela cidade", explicou Moisés Moreira.

Outro ponto destacado por Moreira foi a baixa procura pelos kits de banda Ku para TVRO. Segundo o conselheiro da Anatel, há pouca demanda para a instalação de kits nas cidades onde as faixas já estão sendo liberadas. "Isso está aquém daquilo que imaginávamos. E isso se dá muito por conta da conectividade dessas cidades", disse Moreira.

2 COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!