Apesar de não estar plenamente padronizada, UHD já é uma realidade

Um dos principais temas tecnológicos da IBC 2015, que acontece esta semana em Amsterdã, diz respeito ao status do desenvolvimento da próxima geração dos conteúdos em alta definição. Apesar de o debate já vir de pelo menos dois anos, o balanço feito por especialistas mostra que a ultra HD (UHD) ainda precisa estabelecer alguns parâmetros importantes.

O problema é que a UHD vai além da quantidade maior de pixels na tela. Hoje, os televisores 4K já apresentam resolução quatro vezes maior do que as telas HD convencionais. Telas 8K já existem e logo começarão a chegar ao mercado. Mas a diferença só é percebida quando se está muito perto do televisor, o que não faz sentido em aplicações domésticas. A experiência, contudo, melhora quando se aplicam algumas outras técnicas, como HDR (High Dynamic Range) no controle da luminosidade e das cores, ou HFR (High Frame Rate), com mais quadros por segundo para formar a imagem em movimento. E é justamente nesses aspectos, entre outros, que a UHD ainda carece de padronização.

Mas os problemas não param por aí. Segundo Hans Hoffman, principal responsável pela área de tecnologias de produção a EBU (European Broadcasting Union), os custos associados a uma cadeia completa em UHD, da captação à transmissão, passando pela pós-produção e controle, ainda estão muito elevados, sobretudo se for considerar que a arquitetura precisa ser toda refeita para IP.

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Ele afirma que indiscutivelmente a UHD adotará o HDR e HFR, mas ainda é preciso definir os parâmetros. E mesmo os conteúdos HD poderão ser beneficiados com o uso dessas técnicas de aprimoramento de imagem. "Existe uma certa irritação por conta da padronização do HDR e HFR, mas isso é esperado". Ele também aponta como um problema sério a disputa com a HEVC Alliance para o licenciamento da tecnologia de compressão. O HEVC (H.265) é o padrão de compressão utilizado para UHD, mas a aliança que representa os principais detentores de patentes quer estabelecer um modelo de cobrança baseado na receita das empresas, o que tem despertado a revolta das emissoras de TV, operadores over-the-top (OTT), canais e produtoras. Tanto que Cisco, Mozilla e Amazon cogitam desenvolver um padrão aberto próprio. Ele lembra que a ultra HD requer um cuidado especial com o áudio para criar uma experiência efetivamente imersiva. Curiosamente, em sua apresentação, Hoffman deixou de fora considerações em relação às necessidades de espectro dos radiodifusores. Questionado por este noticiário sobre qual o futuro da UHD na radiodifusão aberta, ele disse que não existe, tecnicamente, nenhum impedimento, desde que haja capacidade de transmissão (entenda-se, espectro) disponível e viabilidade econômica.

O diretor da Broadcom Richard Prodan ressaltou que hoje a tecnologia de UHD está bastante madura para aplicações em set-top boxes de TV por assinatura, onde segue as especificações definidas para o mercado de Bluray. Ele considera que o mercado de UHD já está pronto para uma expansão mais acelerada, considerando que em 2018 haverá cerca de 100 milhões de televisores 4K já vendidos no mercado. O CTO da Sony Pictures, Spencer Stephens, lembrou que hoje todas as experiências comerciais com UHD são em redes IP (com serviços OTT ou IPTV) e em satélite.

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