A Vero apresentou na manhã desta terça-feira, 14, resultados operacionais do segundo trimestre de 2024 marcados por alta de 4,5% na receita líquida da operadora (para R$ 412 milhões) e lucro líquido ajustado de R$ 31 milhões, indicado como um recorde na empresa.
O balanço também forneceu visão sobre o primeiro semestre após a combinação com a Americanet, sacramentada no final de 2023. O novo grupo somou nos seis meses iniciais de 2024 uma receita líquida de R$ 816 milhões (+5,1%), além de ter revertido prejuízo líquido do primeiro semestre de 2023 para lucro de cerca de R$ 30 milhões.
Os números foram abordados pelo CEO da Vero, Fabiano Ferreira, em entrevista ao TELETIME. O executivo apontou "atividade comercial intensa" no segundo trimestre e, ao longo do semestre, um volume maior do que o esperado em sinergias do negócio com a Americanet.
"Batemos a marca de R$ 54 milhões em sinergias capturadas no semestre e que impactam o caixa", afirmou Ferreira. O volume esperado era de R$ 27 milhões. Foram adiantadas medidas que eram esperadas apenas na segunda metade do ano, enquanto outras superaram expectativas. Melhores condições na aquisição de equipamentos e em contratos de backbone já começaram a refletir nos números.
Para o segundo semestre o CEO projetou uma "melhoria contínua" no indicador, com sinergias comerciais ganhando maior proporção. Entre elas, o efeito da expansão da Vero no mercado móvel e a maturação do novo portfólio lançado em abril, especialmente no B2B. A apuração de sinergias deve ser concluída neste ano ou no início de 2025.
Na banda larga, a operadora teve a receita média por usuário (ARPU) de R$ 109 no segundo trimestre, alta de 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O churn (evasão de clientes) foi de 1,9%.
Os indicadores são estratégicos para a empresa ao lado do retorno sobre o capital investido (ROIC), de 21% no trimestre. A Vero afirma "estar continuamente o melhor entre as ISPs" nos três parâmetros.
Em termos de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, a empresa somou R$ 202 milhões no segundo trimestre, crescimento de 4,8% em um ano – ou avanço ainda maior que o das receitas, nota Ferreira. A geração de caixa operacional somou R$ 70 milhões no trimestre. E no acumulado do semestre, a Vero apurou +10,8% no Ebitda ajustado, que somou R$ 425 milhões
Outro aspecto destacado pelo CEO foi o alongamento de vencimentos da dívida da empresa, com ajuda dos R$ 725 milhões em debêntures emitidos em março. A empresa realizou renegociação de passivos e adiantamento de pagamentos em melhores condições, o que resultou em redução na alavancagem e de 30% nas despesas financeiras do trimestre.
Comercial
No âmbito comercial, a Vero vê o crescimento de ARPU como resultado da estratégia de valorização do produto residencial, com inclusão de produtos premium. Fabiano Ferreira também destacou iniciativas de digitalização como a opção de assinantes alteraram de forma online a dimensão dos planos contratados.
Em paralelo, o CEO indicou que a operadora prepara uma estratégia para aceleração na adição de clientes a partir do terceiro trimestre, embora sem embarcar em guerra de preços. "Esse não é um caminho de sucesso a longo e médio prazo. O setor fica olhando muito a questão de adições líquidas e base de assinantes e é importante crescer, mas não a qualquer custo". A mesma estratégia comedida é aplicada nas aquisições.
Vero busca aquisições, mas não quer comprar apenas para crescer base