Oi perde receita em unidades de negócio, mas tem lucro contábil de R$ 15 bi

Crise da Oi. Foto: Pixabay/Divulgação

O balanço da Oi referente ao segundo trimestre de 2024, divulgado nesta quarta, 14, traz indicadores negativos de receita em todos os serviços da empresa, com destaque para a queda nas receitas da Oi Soluções, que será a única atividade a permanecer depois da conclusão da venda da base de clientes de fibra.

Apesar do lucro contábil de R$ 15,1 bilhões, registrado por conta da incorporação ao balanço dos efeitos da renegociação da dívida prevista no Plano de Recuperação Judicial, a empresa tem queda em praticamente todas as unidades de negócio.

A receita líquida da Oi foi de R$ 2,1 bilhões no segundo trimestre, contra R$ 2,4 bilhões no mesmo período de 2023. A queda trimestral foi de 2,9% e a queda anual foi de 13%.

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A receita do serviço de banda larga em fibra foi de R$ 1,1 bilhão, o que representa uma queda de 1% no ano. A Receita Média por Usuário (ARPU) está em R$ 89,90, queda de 1%. 

Já a Oi Soluções (serviços corporativos) registrou receita de R$ 449 milhões no segundo trimestre, uma queda anual de 23% e trimestral de 5,3%.

E os serviços legados (non-core), como telefonia fixa e DTH, totalizaram R$ 575 milhões, queda de 23,1% no ano e 5,4% no trimestre.

Uma das justificativas apontadas para o resultado sem crescimento na Oi Fibra foram os impactos da tragédia no Rio Grande do Sul, assim como o esforço de recuperação. Mas a empresa 

Já a justificativa para a queda de receitas no segmento corporativo está na substituição das soluções baseadas em cobre, na redução do tráfego e na maior seletividade da empresa ao entrar em disputas comerciais e licitações.

Custos

Do ponto de vista dos custos, o principal aumento foi a rubrica "Aluguel e Seguros", em que consta o aluguel de redes neutras da V.tal. A empresa até negociou uma redução dos custos, mas eles foram ofuscados pelos reajustes contratuais e taxas de instalação. Com isso, a Oi teve um custo de R$ 1,01 bilhão com essas despesas no segundo trimestre, 4% de aumento no ano. No trimestre, contudo, houve uma redução de 6,5%. 

A Oi teve ainda uma queda anual de 13% nas despesas com pessoal (para R$ 431 milhões no trimestre) e 4% nas despesas com Serviços de Terceiros (o que inclui programação do DTH), totalizando R$ 788 milhões no segundo trimestre.

Ao todo, a empresa conseguiu reduzir custos entre 2023 e 2024, fechando o segundo trimestre com despesas de R$ 2,2 bilhões (queda anual de 4,3%).

EBITDA e margem

O EBITDA de rotina da empresa foi negativo no trimestre em R$ 83 milhões. É uma piora significativa no ano (em 2023 o EBITDA era positivo em R$ 133 milhões), mas uma boa melhora no trimestre, de 50,2%.

Com os itens extraordinários decorrentes de acordos com a V.tal e plano de recuperação, o EBITDA reportado foi negativo em R$ 318 milhões.

Dívida, caixa  e lucro

Como consequência da reestruturação da dívida, a Oi registrou um lucro no trimestre de R$ 15,1 bilhões. Foi praticamente a redução nominal na dívida somada às perdas cambiais. Com isso, a dívida bruta fechou o segundo trimestre em R$ 8,5 bilhões (contra R$ 27,4 bilhões no primeiro trimestre, ou uma redução de 68,8%). 

Em caixa, a Oi tem R$ 1,9 bilhão, contra R$ 2,09 bilhões no primeiro trimestre (queda de 8,3%. A dívida líquida da empresa está, portanto, em R$ 6,6 bilhões.

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