Na Telebras, volta ao orçamento de investimentos da União ganha força

Telebras

Classificada desde 2020 como uma empresa estatal dependente do Orçamento da União, a Telebras está atuando para se livrar da condição e retornar ao orçamento de investimentos do governo federal a partir do próximo ano.

A mudança é considerada fundamental pelo potencial de conferir mais liberdade orçamentária à operadora e destravar projetos. Para o orçamento de 2025, a avaliação de interlocutores ouvidos por TELETIME é de que há boas chances que a alteração ocorra, inclusive por conta da melhora no caixa da empresa.

Há, contudo, desafios. Embora em estudos, a confirmação da volta ao orçamento de investimentos envolve uma série de atos política e/ou operacionalmente difíceis. A decisão depende, em última instância, da equipe econômica do governo, passando pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento.

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Vale lembrar que uma reestruturação da estatal de telecomunicações tem sido avaliada pelo governo, que também regulamentou neste mês a preferência da Telebras para fornecimento de banda larga a órgãos federais. Em paralelo, a companhia também tem buscado parceiros da iniciativa privada para monetizar ativos.

Na última terça-feira, 13, o presidente Lula teve encontro com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Entre os itens em pauta estavam justamente o "fortalecimento" da Telebras, bem como dos Correios.

Balanço e prejuízo

Também na última terça-feira, a Telebras reportou balanço financeiro do segundo trimestre de 2024. A empresa teve um prejuízo líquido de R$ 60 milhões de abril a junho (piora de 27%), sendo que no semestre, o prejuízo acumula R$ 143 milhões.

As causas indicadas pela empresa são a redução de receitas de prestação de serviços, a queda nos repasses de subvenções orçamentárias para pagamento de pessoal, além do aumento de custos e despesas (que somaram R$ 125 milhões no segundo tri, alta de 7,2%).

Já do ponto de vista do caixa disponível, há R$ 337 milhões identificados pela estatal em balanço ao final do segundo trimestre. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve incremento de 10,6% na disponibilidade de caixa.

Em termos de receitas operacionais líquidas, a Telebras somou R$ 99 milhões no segundo trimestre de 2024. Em um ano, houve queda de 1,4% na linha. Já no primeiro semestre, a receita de R$ 178 milhões é 10% menor que a apurada no mesmo período do ano passado.

Entre as razões apontadas para o menor faturamento estão a readequação da quantidade de pontos/circuitos atendidos no programa Gesac. Assim, as receitas da Telebras com serviço de comunicação multimídia (SCM) caíram 0,7% no segundo trimestre (R$ 84 milhões) e 13,4% no semestre (R$ 151 milhões).

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