A separação da operação de TV por assinatura da Oi, a unidade produtiva básica TVCo, foi uma das novidades apresentadas na revisão do aditamento ao plano da recuperação judicial. O valor mínimo pela venda é de R$ 20 milhões, mas há uma valoração associada dos custos do contrato de uso de satélite até 2027, além de obrigações relativas ao serviço. Segundo explicou o CEO da operadora, Rodrigo Abreu, a empresa já planejava desinvestir o negócio vinculado à transmissão por satélite (DTH), mas mantendo a infraestrutura de IPTV, as plataformas e set-top boxes, colocando o serviço por meio de fibra nas residências. Mas com uma condicionante: manter um acordo de compra de conteúdo/programação com a nova TVCo.
Com esse contrato, a empresa se livra do DTH em declínio, enquanto mantém a possibilidade de oferecer o serviço de TV por assinatura no IPTV por meio dos acordos de conteúdo com a escala da base via satélite. "Ao fazer isso, esperamos manter um preço atrativo de conteúdo que oferecemos para o consumidor. É uma operação [de venda] híbrida, na qual o DTH vai embora, e a IPTV permanece conosco, mas com conteúdo sendo considerado com maior escala de custos. Isso vai reduzir um custo significativo que seria para a operadora nos próximos anos", declarou Abreu em teleconferência de resultados financeiros da Oi nesta sexta, 14.
OTT
Conforme explicou o presidente da empresa, a ideia é mesmo vender uma operação em declínio, que teria dificuldades não só ao manter o breakeven (isto é, ao menos cobrir os custos), mas também manter possibilidade de retorno financeiro. Não significa, contudo, que a Oi está se distanciando da oferta de conteúdo. A empresa manterá todas as operações de streaming over-the-top (OTT) do Oi Play, que continuará a ser expandido.
Desta forma, além de a operadora reduzir significativamente custos associados à operação tradicional do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), será possível ter uma plataforma atualmente considerada alternativa, mas em tendência de crescimento. "Estamos com proposição interessante, vamos manter oferta e bundles e focamos em crescimento do OTT, que será o futuro do conteúdo em vez de programação linear", declara Rodrigo Abreu.