A Oi registrou prejuízo líquido de R$ 124 milhões no segundo trimestre deste ano. No mesmo período de 2012 a empresa tivera resultado positivo de R$ 347 milhões. E no primeiro trimestre deste ano registrou lucro de R$ 262 milhões. No acumulado do primeiro semestre, a companhia teve resultado positivo de R$ 138 milhões, o que representa uma queda de 82,6% em relação ao primeiro semestre de 2012.
O prejuízo é atribuído ao aumento dos custos e das despesas financeiras no período. Chama a atenção o crescimento de 97% nas provisões para devedores duvidosos (PDD), na comparação anual entre trimestres, tendo alcançado R$ 323 milhões. Sobre isso, o CEO da Oi, Zeinal Bava reconheceu que é um ponto que precisa ser tratado prioritariamente, melhorando a qualidade das vendas da empresa daqui em diante. "Esta empresa não vai trabalhar com PDD de R$ 100 milhões por mês. Temos condições de trabalhar com metade disso", disse o executivo. Outro custo que aumentou de maneira significativa em um ano (+42,5%) foi aquele com pessoal, em razão de reajuste salarial pela inflação e pagamento de bonificação, atingindo R$ 734 milhões. Também merece destaque o crescimento de 45,8% nos gastos com publicidade e propaganda, puxado por campanhas relacionadas à Copa das Confederações, alcançando R$ 210 milhões. Para completar, o aumento da taxa de juros e a desvalorização cambial impactaram em despesas financeiras a Oi no período.
O ponto positivo foi o aumento de 2,4% na receita líquida, na comparação anual entre trimestres, passando de R$ 7,04 bilhões para R$ 7,07 bilhões. O crescimento é atribuído à expansão da TV paga e da banda larga no mercado residencial e à melhora na receita de dados e TI no segmento corporativo.
O faturamento com o mercado residencial, o que inclui telefonia fixa, banda larga e TV paga, foi o que mais cresceu no segundo trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado (+4,5%), alcançando R$ 2,58 bilhões. É a principal fonte de receita da operadora, na divisão feita no balanço. Os outros três segmentos são: mobilidade pessoal; corporativo; e SVAs e outros. Em telefonia celular, a receita aumentou 1,2%, atingindo R$ 2,26 bilhões. No corporativo o crescimento foi de 4,1%, fechando o período com R$ 2,07 bilhões. Por fim, o segmento de SVAs e outros registrou queda de 40%, baixando de R$ 145 milhões par R$ 86 milhões.
O EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Oi diminuiu 16,4% em relação ao segundo trimestre de 2012, passando de R$ 2,15 bilhões para R$ 1,8 bilhão. A margem EBITDA entre abril e junho foi de 25,4%, o que representa uma queda de 5,7 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado, quando fora de 31,1%.
Em 30 de junho, a dívida líquida da Oi era de R$ 29,49 bilhões, o que representa um aumento de 25,3% em 12 meses.
Entre janeiro e junho deste ano a companhia investiu R$ 3,2 bilhões, 30,4% a mais que no mesmo período de 2012. Desse total, R$ 1,51 bilhão foi investido no segundo trimestre.
Operação
A Oi mede sua base de clientes por unidades geradoras de receita (UGR), que são, na prática, os contratos para cada serviço em separado. Um cliente com telefonia fixa, móvel e banda larga, por exemplo, conta como três UGRs. O total de UGRs da companhia cresceu 3,3% entre junho de 2012 e junho deste ano, alcançando 74,76 milhões.
No segmento residencial, a base de usuários aumentou 2,2%, alcançando 18,44 milhões, com destaque para a TV paga, que cresceu 84,8%, passando de 387 mil para 900 mil em um ano. A banda larga fixa, por sua vez, cresceu 10,2% nesse intervalo, fechando o mês de junho com 5,3 milhões de assinantes. A telefonia fixa, por fim, caiu 3,9%, encerrando o semestre com 12,24 milhões de clientes.
A base de clientes no segmento corporativo aumentou 4,6%, fechando junho com 8,76 milhões de UGRs. Em telefonia móvel, o número de assinantes cresceu 3,8%, encerrando o semestre com 46,9 milhões. A Oi inclui ainda os telefones públicos entre as UGRs. Este foi o único segmento com queda entre junho de 2012 e junho deste ano, tendo diminuído 8,5% para 667 unidades.
