O ecossistema de inovação Porto Digital lançou nesta terça-feira, 14, projeto piloto para oferecer Wi-Fi gratuito para a comunidade do Pilar, no centro do Recife. A iniciativa, cujo investimento inicial é de R$ 130 mil, sem considerar os custos de Opex ainda, pretende amenizar efeitos da pandemia do coronavírus para a população mais vulnerável socioeconomicamente, e prevê também ações educativas sobre prevenção e cuidados durante a crise da covid-19 para mais de 800 pessoas.
Batizado de "Pilar Conectado", o projeto é uma mobilização do Porto Digital com as empresas Elcoma Vagalume, Avantia, UmTElecom e Lemos Telecom, contando com apoio ainda do Softex Recife, CESAR e Instituo Qualidade no Ensino. Além da proximidade física com o Porto Digital, a comunidade foi escolhida por ser a de IDH mais baixo no Recife.
Segundo pesquisa realizada pelo parque tecnológico, a iniciativa pretende atender 875 pessoas na área que engloba quatro prédios do conjunto habitacional, além de barracos ao redor da Igreja do Pilar, Rua de São Jorge e Rua do Ocidente, ponto de saúde – todos no Bairro do Recife. Nessa região, o levantamento encontrou 600 celulares e cem laptops utilizados por 300 famílias.
A ideia é também eventualmente expandir esse projeto, partindo para outras comunidades na capital pernambucana. Segundo os organizadores, já há pelo menos mais duas empresas interessadas.
Projeto
O piloto contará com capacidade do link de Internet da Um Telecom, segundo o diretor de negócios do provedor regional, Daniel Gomes."Hoje temos um link [de fibra ótica] dedicado de 150 Mbps, distribuído pelo Wi-Fi, mas estamos monitorando", afirma. O projeto deverá também gerar relatórios com dados agregados à rede. "O link não está nem próximo de 50% [da capacidade], com 100 pessoas usando. Se chegar perto da capacidade total, vamos aumentar. Mas é o mesmo link que usamos para empresas com 500 e até mil funcionários", complementa.
A fornecedora de soluções de Wi-Fi Elcoma Vagalume também participa da iniciativa. Segundo o executivo da empresa, Júlio Gil Freire, foram instalados 13 pontos de acesso, cobrindo cada um, "na prática", cem pessoas. "A gente mapeou pontos de sombra e vimos necessidade de implantar mais quatro pontos, totalizando 17, sem custo. Assim que houver oportunidade, vamos fazer a escalada", diz. Ele ressalta ainda que não há uso de repetidores de sinais, mas apenas os roteadores conectados diretamente à fibra.