A fornecedora de equipamentos para banda larga DPR Telecomunicações avalia que uma nova onda de consolidação de operadoras de fibra e a competição acirrada no segmento podem ser motivadores de uma retomada de investimentos pelos provedores regionais.
Em entrevista ao TELETIME durante o Encontro Nacional Abrint 2024, o vice-presidente da fabricante, Vander Luiz Stephanin, indicou o cenário visualizado pela DPR. Para ele, o mercado de banda larga está prestes a entrar em um novo ciclo de evolução, que pode gerar impacto positivo para os fornecedores.
A consolidação seria elemento central da equação. Primeiro, porque poderia gerar uma "depuração" no super pulverizado mercado de ISPs, abrindo espaço para empresas maiores com maior capacidade de investimento e processos melhor estruturados, afirma.
Outra aposta é que grandes movimentos de M&A possam gerar um fluxo positivo de adições para as regionais, por conta de assinantes poucos satisfeitos com as novas donas de suas prestadoras. "Pós consolidação, os clientes das pequenas podem voltar para as regionais, por conta da satisfação maior", aposta o VP da DPR.
Ainda assim, Stephanin reconhece que "não se construirá mais redes na velocidade que se construía" há alguns anos. "O grande investimento será em olhar para dentro e buscar qualidade", afirmou o profissional, lembrando que o mercado de banda larga tem sido altamente competitivo.
Já sobre o começo de ano morno nas adições das banda larga, o executivo relembrou que o "arrocho do crédito atrapalha o mercado, que é de capital intensivo". Outro limitador é a alta inadimplência, que estaria afetando os planos de expansão dos provedores.
Mesmo com a abordagem realista, a DPR afirma "acreditar no mercado" e se prepara para novos passos. No momento, a empresa atua em uma expansão na capacidade produtiva de sua fábrica em Sorocaba (SP), que produz elementos passivos de rede. No encontro da Abrint, a empresa também apresentou novos produtos, inclusive ao lado da parceira Nokia.
Em paralelo, há os planos de internacionalização para os Estados Unidos e para países vizinhos ao Brasil. "A América Latina é o Brasil de dez anos atrás", afirmou Stephanin.
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