A reestruturação do Grupo Telefónica na América Latina, incluindo o encerramento de operações em alguns países, impactou os resultados da companhia no primeiro trimestre. A multinacional dona da Vivo registrou prejuízo líquido de 1,3 bilhão de euros no período, após o levantamento da deterioração de ativos latino-americanos, de acordo com balanço financeiro divulgado nesta quarta-feira, 14.
Em linhas gerais, a Telefónica reportou baixas contábeis de 1,7 bilhão de euros, dos quais 1,2 bilhão de euros dizem respeito às operações descontinuadas na Argentina e 500 milhões de euros no Peru – esta última foi fechada em abril, mas a data de conclusão do negócio foi reclassificada para 31 de março.
Levando em conta apenas as operações continuadas, o grupo obteve lucro líquido de 427 milhões de euros, baixa de 26% na comparação anual.
Vale lembrar que, ainda no primeiro trimestre, a Telefónica vendeu 67,5% do capital da sua subsidiária na Colômbia. O negócio ainda depende de aprovação regulatória e não impactou o balanço da controladora.
Brasil e Espanha em destaque
Segundo o balanço, a receita da Telefónica cresceu 1,3% no primeiro trimestre, para 9,2 bilhões de euros, com a alta no corporativo (+5,4%) superando, percentualmente, o avanço dos serviços residenciais (+1,8%). Em termos reportados, a receita teve baixa de 2,9%, em função de efeitos cambiais.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) alcançou 3,01 bilhões de euros, com crescimento orgânico de 0,6%. Com o impacto das divisas, a variação reportada mostra uma queda de 4,2%.
O grupo celebrou os resultados obtidos em seus principais mercados. Na Espanha, houve aceleração das receitas (+1,7%, na comparação com o mesmo período do ano passado) e do EBITDA (+1%). No Brasil, a companhia ressaltou a evolução dos indicadores acima da inflação, citando a alta da receita (+6,2%) e a manutenção do churn (evasão de clientes) em níveis baixos (1,1%) no móvel após o reajuste de tarifas.
Revisão estratégica
A empresa também apontou que está planejando uma revisão estratégica dos negócios. Segundo Emilio Gayo, COO da multinacional, a companhia vai apresentar a conclusão desta revisão no segundo semestre deste ano.
"Enquanto estamos imersos em nossa revisão estratégica, os resultados do primeiro trimestre refletem a execução continuada", disse o executivo, em trecho do informe financeiro. "Os resultados do grupo devem melhorar ao longo do ano, estando em bom caminho para cumprir os objetivos de 2025", complementou.