A V.tal divulgou ao mercado na madrugada de quarta-feira, 14, o anúncio de início da oferta de distribuição da terceira emissão de debêntures da companhia. No valor de R$ 2,4 bilhões, a operação foi divulgada pela operadora no último mês de abril.
As debêntures serão divididas em três séries, operando em um sistema de vasos comunicantes. Após processo de bookbuilding, foi verificada demanda de R$ 1,63 bilhão na primeira série, de R$ 569 milhões na segunda e de R$ 195 milhões na terceira série. A liquidação das debêntures estava marcada para esta quarta, 14.
A primeira e segunda séries terão vencimento em abril de 2032, com juros remuneratórios de 15,05% e 8,27% ao ano, na ordem, e amortização de principal em duas parcelas anuais e consecutivas, sendo a primeira em 2031.
Já a terceira série vence em 2035, com remuneração de 8,45%; a amortização de principal deve ocorrer em três parcelas anuais e consecutivas, sendo a primeira em 2033. A emissão ainda poderia contar com um lote adicional de até R$ 600 milhões, o que não ocorreu.
Vale lembrar que as debêntures contam com incentivo tributário para investidores previsto no artigo 2º da Lei 12.431, dado o enquadramento do projeto como prioritário pelo Ministério das Comunicações (MCom).
Com os recursos, a V.tal pretende realizar o reembolso de investimentos relacionados à expansão da rede de fibra ótica em novas casas passadas (HPs) e conexão de novos usuários residenciais e de atacado, ao aumento da capilaridade da rede de seu backbone, à manutenção e reparação da rede de fibra e aportes em redes de cabos submarinos da e em sistemas de TI.
Este projeto foi iniciado em junho de 2022 e concluído em janeiro deste ano de 2025. O valor total da iniciativa é estimado em R$ 4,83 bilhões, sendo que a captação das debêntures deve cobrir 49% do montante.
Classificação de risco
A emissão recebeu classificação de risco brAA+ conferida pela Standard & Poor's (S&P), com perspectiva estável. Em relatório, a agência projetou resultados da V.tal ao longo deste ano e impactos da entrada no grupo no mercado de banda larga residencial com a Nio, nova marca adotada após aquisição da V.tal.
"Estimamos que a V.tal apresente receita líquida consolidada de cerca de R$ 8,9 bilhões em 2025, com margem EBITDA ajustada em torno de 26%, ante R$ 6,5 bilhões e 46,7%, respectivamente, em 2024". A razão para a queda esperada na margem são possíveis desafios na consolidação dos 4 milhões de assinantes da Nio.
A margem, contudo, deve ter melhora gradativa nos anos seguintes à consolidação da unidade de clientes, estima a S&P. "Projetamos margem EBITDA de aproximadamente 26% em 2025, 29% em 2026 e 34% em 2027", afirmam. A empresa também avaliou a alavancagem da operadora, controlada por fundos do BTG Pactual.
"Com a conclusão da emissão, a empresa contará com um perfil de endividamento mais alongado. Esperamos que a alavancagem, medida pelo índice de dívida líquida ajustada sobre EBITDA ajustado, siga próxima a zero em 2025. Para os próximos anos, esperamos índice acima de 1,0x devido à maior necessidade de financiamento do capex, além de maior arrendamento operacional", afirmou a agência de risco.
A nova emissão de debêntures da V.tal teve o BTG Pactual como coordenador líder, com as participações de Bradesco BBI, Santander, Citibank e Banco Safra como coordenadores.