Na avaliação de Paulo Cunha, líder para o Brasil do Setor Público da AWS, divisão de computação em nuvem da Amazon, a atual política de data centers apresentada pelo governo capitaneada pelo Ministério da Fazendo é boa, já que propõe medidas atrativas para a construção dessas infraestruturas no País.

"Estão seguindo um bom caminho. Se você for pensar o que existe hoje e o que estão propondo, é algo melhor", disse Paulo Cunha, durante o AWS Public Sector Symposium, que aconteceu em Brasília nesta quarta-feira, 14. O representante da AWS destacou que as medidas do governo têm como fator positivo permitir o desenvolvimento da inovação, atraindo a inteligência artificial junto à transformação digital.

Por outro lado, Cunha destaca que as medidas têm o desafio de também criar mecanismos que envolvam a tributação estadual. "Você tem impostos diferentes para o nível da federação. Então, para as extensões de impostos do governo federal, impostos de importação e impostos industriais, tudo bem. Quando formos ao nível estadual, precisamos negociar isso", disse.

"Esperamos que este programa apresentado pelo governo permita que cada estado tenha uma política que possa ser equalizada. E esperamos que tenha a mesma tendência que vemos na esfera federal. Isso realmente beneficiará a indústria em si. Podemos acreditar que essa política atende as necessidades do mercado, mas ainda precisamos esclarecer o caminho com os estados", afirmou.

Legislação de IA no Brasil

Perguntado sobre como avalia a proposta de marco legal de uso de IA no Brasil, Paulo Cunha também disse que o legislativo brasileiro segue um bom caminho, mas que ainda existem algumas lacunas. Uma delas, é a de que faltou analisar a cadeia completa que envolve a tecnologia de IA.

"A nossa empresa, a AWS, acredita tremendamente que tem de existir marcos regulatórios de IA. Defendemos uma IA responsável, ou seja, que tenha suas salvaguardas, gere segurança para o cidadão, gere segurança para as empresas que estão investindo, mas ao mesmo tempo fazendo um balanço daquilo que vai ser impedir inovação ou não", afirmou.

Para Cunha, ambientes restritivos podem afetar negativamente a inovação e IA. Outro aspecto que ele também chama a atenção para o marco legal é a necessidade de se valorizar a produtividade.

"O que move hoje um PIB de um País, além da riqueza expansionista dele, é quanto mais produtivo ele é. E o Brasil tem uma chance grande de ser mais produtivo utilizando essas novas tecnologias", afirmou.