A implantação de mais um código nacional para atender à demanda por telefones móveis na capital de São Paulo exigirá adaptações nos sistemas das operadoras de celular e, consequentemente, custos para o setor. A projeção feita pela Anatel é que a criação de um segundo código de área custará R$ 151.925.800,00. A duplicação do código de área que atende a região metropolitana de São Paulo está sendo proposta pela agência reguladora porque as combinações numéricas associadas ao DDD 11 para a telefonia móvel deve se extinguir ainda em 2010. A proposta da agência é sobrepor o código 10, abrangendo exatamente a mesma área hoje atendida pelo código 11. A inclusão valerá tanto para a malha numérica de telefones fixos quanto móveis.
De acordo com os estudos da Anatel, divulgados nesta sexta-feira, 14, o impacto financeiro e técnico seria ainda maior caso a agência optasse por ampliar em um dígito os números usados pelos consumidores, ampliando de 8 para 9 a sequência numérica dos celulares paulistanos. Caso essa alternativa fosse adotada, o custo de implantação seria de R$ 304.414.600,00. O motivo do custo mais do que duplicar entre uma solução e outra é que o acréscimo de um dígito apenas na capital paulista exigiria uma complexa adaptação do sistema de comutação das centrais telefônicas para evitar falhas e assegurar a "compreensão" dos números discados em São Paulo, já que o restante do país continuaria usando apenas 8 dígitos para identificar os terminais.
A inclusão de um novo DDD para a capital de São Paulo irá dobrar o total de combinações numéricas possíveis para a cidade, elevando de 37 milhões para 74 milhões a quantidade de códigos de usuário. Conforme a análise da relatora Emília Ribeiro, esse volume de números é mais do que suficiente para atender a projeção de demanda para telefones móveis na região metropolitana de São Paulo para os próximos 15 anos. Pelas simulações da Anatel, em 2025 o estado de São Paulo deve ter um mercado móvel de 108 milhões de acessos móveis. A região metropolitana (atendida hoje dentro código 11) deverá ter entre 50% e 60% dessa demanda projetada, ou seja, um total de 62 milhões de usuários de serviços móveis em 2025.
Apesar de neste momento a Anatel ter descartado a opção de adicionar um nono dígito nos códigos dos assinantes, essa solução poderá ser implantada daqui a cinco anos. O relatório da área técnica da Anatel sugere que essa ampliação do número utilizado pelos usuários seja feita a partir de 2015 em todo o território nacional, ampliando assim toda a capacidade numérica do setor de telefonia. Com a mudança completa do comprimento dos números telefônicos em todo o Brasil, as dificuldades técnicas registradas agora para o uso dessa extensão em São Paulo deixarão de existir.
O Brasil já teve duas extensões dos números telefônicos, realizadas em 1995 e em 2005. Entre 1975 e 1995, os clientes de telefonia fixa no DDD 11 usavam códigos de sete dígitos, enquanto o restante do país possuía códigos de seis dígitos. Em 1995, a região metropolitana de São Paulo passou a usar oito dígitos e os demais clientes brasileiros tiveram seus números de telefone estendidos para sete dígitos. Apenas em 31 de dezembro de 2005, o Brasil padronizou o comprimento dos códigos, passando a usar oito dígitos em todas as áreas de comutação.