Lucro da Oi cai no primeiro trimestre pós-fusão com BrT

O primeiro trimestre deste ano foi também o primeiro da Oi após a fusão com a Brasil Telecom (BrT). No balanço divulgado nesta quinta-feira, 14, a Tele Norte Leste Participações (TNLP), holding do grupo, para efeito de comparação, consolidou seus resultados no primeiro trimestre de 2008 com aqueles da Invitel, controladora da Brasil Telecom Participações (BTP). O lucro da TNLP entre janeiro e março de 2009 foi de R$ 11 milhões, o que representa uma queda de 98% em relação ao lucro consolidado que TNLP e Invitel teriam registrado se já houvesse ocorrido a fusão no primeiro trimestre do ano passado: R$ 564 milhões. O prejuízo da TNLP foi impactado pelos custos de integração com a Brasil Telecom. Houve, por exemplo, aumento de gastos com rescisão de contratos (cerca de 750 pessoas deixaram as companhias) e com modificação de sistemas. "São custos de curto prazo, que vão gerar resultados no longo prazo. Esperamos que a integração proporcionará ganhos de sinergia a partir do segundo semestre", afirmou o diretor de finanças e relações com os investidores da Oi, Alex Zornig. As despesas para a entrada em operação em São Paulo, a aquisição da Amazônia Celular e o pagamento de alguns custos não recorrentes ligados à aquisição da BrT também afetaram negativamente o balanço.
Se avaliada separadamente, a BrT registrou uma perda líquida de R$ 80 milhões neste primeiro trimestre. Entre os motivos destaca-se o aumento das provisões para devedores duvidosos, após uma equalização de princípios contábeis com a Oi. Tais ajustes geraram um impacto negativo da ordem de R$ 400 milhões no balanço da Brt, estima Zornig.
A receita líquida do grupo Oi cresceu 3,5% em 12 meses, passando de R$ 7,23 bilhões (consolidado com Invitel) para R$ 7,49 bilhões. O Ebitda ajustado, por sua vez, caiu 8% no mesmo intervalo, passando de R$ 2,59 bilhões para R$ 2,38 bilhões. A margem do Ebitda ajustado foi de 31,7%, ante 35,7% um ano antes.

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Dívida
Ao fim de março, a dívida líquida do grupo era de R$ 19,2 bilhões, o que representa um aumento de 530% em relação ao resultado consolidado pró-forma 12 meses antes. Agora, a dívida líquida representa 1,9 vez o Ebitda ajustado da companhia nos últimos 12 meses. Esse aumento é explicado pelo dinheiro levantado para viabilizar a compra da BrT. "É uma alavancagem alta do ponto de vista nacional, mas baixa do ponto de vista internacional", comenta o diretor. Essa relação entre dívida líquida e Ebitda deve crescer ainda mais no meio do ano, por causa do tag along para a compra das ações dos minoritários da BrT, que deve acontecer por volta do dia 15 de junho. Até o final do ano, porém, Zornig acredita que a dívida voltará a ficar abaixo de duas vezes o Ebitda dos últimos 12 meses.
O investimento do grupo entre janeiro e março deste ano somou R$ 905 milhões, contra R$ 807 milhões no consolidado pró-forma no mesmo período de 2008. Desse total, 58% foi investido em telefonia fixa e 42% em móvel.
Operação
A Oi encerrou o primeiro trimestre com 21,83 milhões de linhas fixas em serviço, o que representa uma leve queda de 1,1% em comparação com um ano antes. A empresa registrou um aumento na proporção de assinantes de planos alternativos em telefonia fixa: eles representavam 40% da base em março de 2008 e agora são 50,8%. Houve forte aumento na base de clientes com planos convergentes, como o "Oi Conta Total", que cresceu 80% em 12 meses, alcançando 1,2 milhão de usuários.
O serviço de banda larga em ADSL da companhia encerrou março com 3,94 milhões de assinantes, o que significa um crescimento de 18,3% da base em um ano.
Em telefonia celular, a Oi registrou um aumento de 45,3% na quantidade de usuários em um intervalo de 12 meses, saltando de 21,91 milhões para 31,84 milhões.
No segmento de TV por assinatura, a Oi TV tinha 61 mil clientes no final de março, contra 58 mil um ano antes.
Em todas essas comparações de bases de usuários estão contabilizados os assinantes de serviços similares da BrT no primeiro trimestre de 2008.

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