Falta modelo para publicidade no celular, diz DM9DDB

Um dos pontos mais discutidos atualmente entre operadores e desenvolvedores de aplicações para celular diz respeito ao uso da publicidade para subsidiar os custos de conteúdo e acesso à internet móvel. Parece uma realidade ainda distante. No painel de abertura deste segundo dia do 7º Tela Viva Móvel, organizado pelas revistas TELETIME e TELA VIVA, o vice-presidente executivo da DM9DDB, Paulo César Queiroz, trouxe estimativas que apontam que a verba publicitária em 2007 destinada à mobilidade foi de apenas 3% das verbas publicitárias colocadas em internet. Ao todo, não passaram de R$ 18 milhões os gastos com mobile marketing e advertising, estima Queiroz. Um valor ínfimo comparado aos R$ 19 bilhões investidos em propaganda no Brasil no último ano. "É muito pouco. Acredito que o Brasil já poderia ter uma taxa de investimento em internet (que inclui mobilidade) de 10% do investimento total em publicidade, mas falta uma cadeia de valor no modelo de negócios", afirma.
"Temos nos esforçado para mudar. O consumidor já mudou, mas as empresas que nos contratam ainda não mudaram. Elas precisam de resultados renováveis e crescentes. Apesar de toda a inovação, não estão dispostos a assumir riscos elevados sozinhos", explica o publicitário. Segundo o executivo da DM9DDB, a agência está ávida para investir nessas novas mídias, sob pena das indústrias serem atropeladas por uma realidade em que todos estarão usando a internet móvel sem que a publicidade esteja preparada para ela.

Senso comum

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Queiroz provocou a platéia: se as propostas de uso do celular como ferramenta de mídia são um negócio tão bom, por que ainda não decolou? Ou falta diálogo, ou falta visão ou "não estamos freqüentando os mesmos lugares", brincou.
Para haver mais investimentos em plataformas móveis, segundo Queiroz, falta uma cadeia de negócio estruturada. "Precisamos criar um senso comum. É preciso que seja feito um trabalho de construção, da junção das suas plataformas com a nossa maneira de pensar, porque nossos clientes serão céticos quanto a investir em inovação simplesmente pela inovação e talvez não haja paciência para esperar por resultados no longo prazo", adverte.
A peça faltante é um agregador de conteúdos e de tecnologias que entregue para as agências um modelo montado de negócios. "Temos cometido alguns equívocos de tentar montar internamente esses modelos de negócio por absoluta necessidade de entrar nesse mercado", reconhece o executivo. O papel desse agregador, segundo Queiroz, seria empacotar usos de diferentes tecnologias, serviços e aplicativos para as agências. "Se patrocinarmos apenas um conteúdo, não poderíamos estar perdendo uma grande oportunidade de ganhar mais interatividade com os usuários e trazer novas experiências para os clientes? É isso que precisamos conhecer".
Ouça a entrevista exclusiva com Paulo César Queiroz, da DM9DDB, nos podcasts da home page do site TELETIME.

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