Telefónica vende unidade no Peru à Integra Tec por US$ 1 milhão

Telefónica. Foto: Divulgação

Em mais um movimento de desinvestimentos na América Latina, a Telefónica anunciou no último domingo, 13, a venda da sua unidade no Peru para a Integra Tec pelo valor simbólico de US$ 1 milhão. A base do conglomerado espanhol no país é formada por 13 milhões de usuários, mas a operação também enfrentava um processo de reestruturação de dívidas.

De acordo com a operadora, o negócio também envolveu a venda derivados de contrato de créditos financeiros da Telefónica del Perú (TdP) e implica ainda na transferência indireta do controle sobre as ações que a TdP possui na operadora rural Internet para Todos (IpT).

A operadora frisa que o novo acionista possui "ampla experiência" na América Latina nos setores de telecomunicações, serviços públicos, mídia, energia, indústria química e recursos naturais, bem como na recuperação de empresas em dificuldades financeiras e em situações especiais.

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"Os objetivos do novo acionista são a manutenção e expansão dos serviços, a reestruturação da dívida da empresa no âmbito do PCO [Processo Concursal Ordinário de Reestruturação] e o estabelecimento de um plano de negócios sustentável com uma estrutura de capital sólida. A Integra Tec pretende atuar de forma colaborativa com credores, fornecedores, trabalhadores, o Governo do Peru e todas as partes relacionadas à TdP", disse a empresa, em comunicado.

A Integra Tec nomeou Germán Ranftl como presidente do Conselho de Administração da unidae – o executivo será o responsável por liderar o processo de reestruturação. Com o objetivo de apoiar a estabilidade da operação, a empresa disse que vai manter a atual equipe de gestão da Telefónica del Perú, liderada por Elena Maestre.

O acordo ainda mantém à disposição da TdP um valor próximo de US$ 415 mil, com desembolsos a serem realizados tanto pela Telefónica quanto pela Integra Tec.

Contexto

No comunicado ao mercado, a Telefónica ressaltou suas atividades no Peru durante mais de 30 anos, país em que está desde 1994. "A TdP foi um ator fundamental na integração territorial, conectando mais peruanos, impulsionando a digitalização e reafirmando, dia após dia, seu compromisso com o progresso. Por meio de iniciativas de conectividade em zonas rurais, programas de educação digital e renovação tecnológica, conseguiu reduzir desigualdades e gerar mais oportunidades para toda a sociedade", disse.

Vale notar que em novembro passado, a CFO da Telefónica, Laura Abasolo, já havia dito que a deterioração da economia peruana, a competição mais acirrada e as instabilidades políticas e judiciárias fizeram a tele rever os planos no país.

No entanto, o movimento junto à Integral Tec não diz respeito apenas à realidade peruana. Nos últimos meses, sobretudo desde que Marc Murtra assumiu o comando global da operadora, a Telefónica tem acelerado uma onda de desinvestimentos em locais que não são considerados estratégicos, onde as margens são consideradas baixas.

Uma delas foi a venda da operação na Argentina à Telecom, em fevereiro, por US$ 1,245 bilhão. Em função de preocupações sobre os efeitos para a concorrência, uma vez que a Telecom teria 61% da telefonia móvel e 69% da telefonia fixa do país, o acordo foi suspenso pelo governo do presidente Javier Milei.

Já em março, a empresa anunciou confirmou a venda de 67,5% do capital da Coltel, sua subsidiária na Colômbia, por US$ 400 milhões à Millicom.

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