Claro quer ampliar convergência em estratégia de streaming

Brasil Streaming. Foto: Marcos Mesquita

Em seu quarto ano apostando em uma estratégia de streaming após a transformação do mercado de TV por assinatura, a Claro já estancou a perda de reitas com o produto de TV, viu uma estabilização da base total e agora estuda agora novas maneiras de ampliar ainda mais a convergência no Claro TV+.

Entre possibilidades para o futuro estão a integração com ofertas móveis, a ampliação da distribuição dos serviços via aplicativo e mesmo alianças com novas plataformas de conteúdos de vídeo.

A visão da companhia para o mercado de distribuição de conteúdo foi abordada nesta segunda-feira, 14, durante o evento Brasil Streaming, promovido por TELETIME e Tela Viva em São Paulo. "A convergência é nossa principal estratégia", resumiu na ocasião o head de TV & streaming da Claro, Ricardo Falcão.

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Hoje, o Claro TV+ agrega quatro parceiros de streaming diferentes (Netflix, Max, Globoplay e Apple TV+) e mais de 120 canais lineares em uma mesma oferta, entregue em cima das redes de banda larga. Considerada "disruptiva" pela tele, a opção que funciona tanto a partir de um box quanto de app para smart TVs tem trazido bons resultados e crescimento, segundo a companhia. A queda de receitas com o serviço de vídeo, por exemplo, já foi estancada, e apesar da queda do serviço de TV por assinatura tradicional, a oferta OTT do ClaroTV+ já praticamente compensa a perda de base.

Há, contudo, esforços em curso para deixar o serviço mais fluido para o usuário final, até então acostumado com a experiência consolidada da TV tradicional. "O desafio é deixar o mais simples possível para o consumidor, e por isso no super bundle tentamos colocar os apps [de parceiros] como se fossem canais", explicou o diretor de TV da Claro, Alessandro Maluf.

"O esforço é total para deixar a experiência ainda mais fácil e integrado com todos os provedores de conteúdos, até mesmo o YouTube", exemplificou Maluf, sobre a necessidade de convergência máxima. O executivo recordou que a abordagem é necessária em um momento de fragmentação de conteúdos que complica o consumo de diversos nichos, como o público idoso. Por isso, a comunicação correta é considerada chave.

O modelo, por outro lado, também traz vantagens. Além da questão regulatória e tributária (por se tratar de um streaming, e não de um serviço de telecom), Ricardo Falcão lembrou que a Claro TV+ atinge localidades que a infraestrutura de TV por assinatura não alcançava, aumentando o mercado endereçável da empresa.

Para os serviços parceiros, algumas vantagens seriam o menor custo de aquisição de clientes e um churn (evasão) de assinantes reduzido, na comparação com a operação cotidiana dos streamings, completou Alessandro Maluf. E no caso do cliente, a Claro teria vantagem na forma de uma precificação atrativa, dado que a assinatura dos serviços a partir do agregador custaria menos que os streamings contratados de forma avulsa.

Alessandro Maluf, da Claro. Foto: Marcos Mesquita

Integração com móvel

Na mesma pegada da convergência, algo que também tem sido avaliado pela empresa é a integração com ofertas móveis. "Estamos testando empacotamentos da móvel saindo com OTTs", revelou Ricardo Falcão.

"É algo atrativo e que melhora o volume de vendas, mas tem um custo. O móvel tem um ARPU [receita móvel por usuário] menor e se ficar muito 'fora', não fica competitivo por ser um segmento muito sensível a preço. No nicho de alto valor pode ser mais fácil, mas de forma massificada, o ARPU é mais justo", avaliou o head da Claro

Outro ponto de atenção é que o consumo de produções audiovisuais ainda é muito ligado ao apelo da tela grande, ao contrário dos vídeos curtos, nativamente móveis. Mesmo assim, a opção de levar a estratégia de streaming para o ambiente da telefonia celular é vista pela Claro como algo interessante para o futuro do mercado de distribuição de conteúdo.

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