Futuro do acesso está na fibra, mas cabo e teles têm cronogramas diferentes

Seja para operadoras de TV a cabo, seja para operadoras de telefonia fixa, o futuro das redes de acesso parece estar na fibra. A diferença é a tranquilidade de cada um em relação ao tempo em que as providências necessárias para que se chegue nesse futuro precisem ser tomadas.
Para a Net Serviços, os operadores de cabo hoje desfrutam de uma posição extremamente privilegiada com suas redes HFC. "São redes que desde o começo já têm fibra como parte central da arquitetura e que caminham naturalmente para um horizonte em que a fibra pode chegar até a cada do usuário", diz Rodrigo Duclos, diretor de tecnologia e PMO da Net. Duclos destacou diferenças importantes entre as redes das operadoras de cabo e as redes das teles. "Para começar, nós temos uma rede só, tudo está em cima da mesma infraestrutura HFC", disse, enquanto as incumbents precisam trabalhar com uma camada de rede de voz e uma outra para banda larga. "Outra diferença é que eu consigo acrescentar capacidade na minha rede com ajustes simples e relativamente baratos", disse, lembrando que a liberação de mais frequências para banda larga pode ser conseguida com a digitalização e a compressão dos canais de vídeo, ou com a expansão da capacidade da rede. "Para aumentar a velocidade da conexão, basta utilizar o DOCSIS 3.0, por exemplo, e na mesma rede atual posso oferecer serviços de 100 Mbps sem grandes dificuldades", explica. Duclos diz que as operadoras de cabo estão se dando conta que as redes HFC são muito mais poderosas do que se pensava. "Na medida em que colocamos novos serviços vamos percebendo que as redes são muito melhores do que a gente pensava". Para a Net, a evolução das redes de cabo se dará em um processo natural. "Não vejo no horizonte um momento em que precisaremos passar por uma ruptura, por uma grande mudança. A evolução é muito natural e simples nas redes HFC", explica o executivo.
Com isso, a chegada no Fiber-to-the-home (FTTH) é o fim de um caminho natural. "Começamos com mais de dois mil assinantes por nó óptico, depois isso caiu para mil, depois para 512 e hoje temos casos de trechos da rede com 128 clientes por nó. Isso pode cair tanto quanto for necessário, até que um dia a fibra chegue na casa das pessoas".

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Ajustes
A Telefônica, por sua vez, foi a pioneira na introdução de redes FTTH no Brasil, mas está, no momento, aguardando o momento certo de intensificar a implementação da tecnologia. "Começamos fazendo investimentos importantes e chegamos a um bom número de domicílios, depois demos uma segurada para encontrar melhores condições dos fornecedores e agora estamos nesse estágio", disse Ricardo Carneiro, gerente de planejamento NGN e infraestrutura da Telefônica. Para Carneiro, esse é um caminho inevitável e a diminuição de ritmo se deve apenas ao timing de investimentos.
Ele ressaltou também que a Telefônica tem um grande desafio que é o desenvolvimento da rede core para voz, hoje a maior parte em cima de TDM. A Telefônica tem um planejamento para a introdução de redes NGN há alguns anos, mas o projeto ainda depende de um momento certo para os investimentos. Hoje, a Telefônica tem uma rede NGN classe 4 implementada e que suporta boa parte dos serviços inteligentes oferecidos, mas há a estudos para a implementação de NGN classe 5 nos próximos anos, diz Carneiro. Ele ressalta que agora os custos de equipamentos estão finalmente chegando a um patamar razoável.

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