Estudo da Ernst&Young aponta potencial do Brasil para grupos globais de mídia

A consultoria Ernst&Young lançou um estudo sobre o mercado emergente de entretenimento no Brasil, Índia, Rússia e China. O documento foi apresentado em um debate sobre as oportunidades de negócios nestes países durante o NABshow nesta quarta, 14. O estudo aponta que, depois da TV aberta, a telefonia móvel é, por enquanto, a plataforma com maior possibilidade de negócios nestes países. Isto porque a penetração da telefonia móvel é grande, ao contrário da penetração de Internet ou TV por assinatura.
O estudo aponta ainda que as grandes empresas globais de mídia exploram pouco a estes mercados. Embora estes países contem com 40% da população economicamente ativa, apenas 10% das receitas globais dos grandes grupos de mídia vêm destes países. Especificamente sobre o Brasil, o estudo aponta que está havendo uma mudança do modelo de TV aberta para a TV por assinatura, o que, combinado com a penetração potencial da banda larga, indica que o país seja mais atrativo aos grandes grupos globais.
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No painel, Brian Wieser, da consultoria Magna Global, apontou que o crescimento publicitário não acompanha necessariamente o crescimento econômico. "O crescimento econômico sozinho não faz crescer o bolo publicitário. Para que haja mais dinheiro em publicidade, é necessário surgirem novas categorias de anunciantes", afirmou. Além disso, precisam aparecer novas categorias de mídia com potencial, ou seja, com relevância de público. "Se os anunciantes forem os mesmos, e houver monopólio na veiculação de publicidade, o crescimento econômico não será sentido pela mídia".
O diretor geral de engenharia da TV Globo, Fernando Bittencourt, apresentou o cenário atual do Brasil no debate. Segundo ele, a TV por assinatura ainda tem baixa penetração no Brasil, e que a audiência dos canais abertos entre os assinantes mostra a força da TV aberta, que deve ganhar ainda mais espaço com a digitalização e a transmissão para dispositivos móveis.
Bittencourt, no entanto, traçou um cenário futuro onde vê a radiodifusão ainda com destaque, mas com maior força à distribuição de conteúdo por redes de banda larga, sejam elas por cabo ou wireless. Segundo ele, a TV por assinatura deixará de ter o desenho atual de distribuição, passando para as redes de dados. O cenário futuro incluiria ainda TV pela Internet, como indicam os lançamentos tecnológicos recentes. O engenheiro da Globo prevê ainda que o conteúdo em 3D e o ultra high definition cheguem ao mercado no futuro.
Sobre o futuro da TV aberta, o consultor Brian Wieser concordou com Bittencourt. Disse que "a televisão é o pior tipo de publicidade, com exceção de todos os outros tipos de publicidade já inventados", em analogia à célebre frase de Winston Churchill sobre a democracia.

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