Realizada ao longo desta semana em Washington (Estados Unidos), a Satellite 2025 contou com uma cobertura especial in loco de TELETIME, a maior publicação brasileira especializada no mercado de telecomunicações. Confira todas as matérias produzidas durante o principal evento do mercado de satélites no mundo.
Soberania e geopolítica no espaço
Na edição de 2025 do evento, as tensões geopolíticas com o novo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos e o reflexo no mercado de satélites foram um dos pontos de destaque – inclusive por conta do protagonismo que Elon Musk, controlador da Starlink, desempenha no governo norte-americano. A previsão, contudo, é de crescimento dos investimentos globais na cadeia.
Tensões geopolíticas geram incertezas mas colocam satélite no foco
Em paralelo, a leitura de governos e empresas é de que o modelo de constelações de baixa órbita (LEO) é incontornável, sobretudo para a viabilização de políticas públicas de conectividade e defesa.
O desafio agora é viabilizar o acesso de países à nova tecnologia, mas garantindo soberania, autonomia satelital e também a viabilidade econômica de projetos. Esta tarefa tem se mostrado complexa, mostra TELETIME.
A discussão sobre soberania digital também tem refletido no Brasil, como apontou o editor-chefe de TELETIME, Samuel Possebon, na edição de 11 de março do Boletim TELETIME. A Telebras, inclusive, foi à Satellite 2025 em busca de parcerias para fortalecer a posição do País no segmento.
Telebras quer parcerias com empresas de satélites interessadas no Brasil
Cadeia sob pressão
Com o crescimento no número de novas constelações e projetos, a cadeia de fornecimento do setor de satélites também se encontra sob pressão.
Segundo avaliação da consultoria Analysys Mason, o mercado de lançamentos pode ser um dos gargalos nos próximos anos, diante da baixa quantidade de players para a tarefa em meio a um cenário de alta demanda.
Da mesma forma, operadoras do segmento têm pressionado os principais fornecedores por uma redução de custos de construção, lançamento e operação de satélites, inclusive para competirem com o modelo verticalizado da SpaceX/Starlink.
"Não quero ter que esperar cinco anos para poder lançar um satélite", afirmou a SES, durante a Satellite 2025.
Redução de custos desafia cadeia de suprimentos de satélites
Novos modelos
Entre os operadores tradicionais, a Satellite 2025 foi palco para a consagração do modelo de multi-órbita, que há alguns anos vem sendo defendido pelas empresas.
A abordagem pressupõe a integração entre satélites geoestacionários, satélites de média órbita (MEO) e de órbita baixa (LEO). A ausência da Starlink e da Amazon Kuiper nos principais debates do evento também chamou atenção.
Sem desafiantes, operadoras de satélite reforçam modelos na Satellite 2025
A conferência também propiciou a celebração de parcerias, com foco em algumas das principais tendências de negócios no setor de satélites. A SES e Lynk anunciaram aliança estratégica para a comunicação direta entre satélites e dispositivos (D2D), inclusive com a possibilidade de que parte da fabricação de satélites da Lynk seja transferida para a Europa.
Já a Viasat celebrou parceria com a Space42, empresa de tecnologia espacial dos Emirados Árabes Unidos, para explorar opções de parceria no desenvolvimento de uma constelação LEO para serviços 5G não terrestres (NTN), conforme apuração do TELETIME. O mercado de NTN é uma das grandes apostas da operadora, inclusive para atendimento do segmento de IoT.
Viasat vê comunicação NTN como impulso para Internet das Coisas