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Crescer não é fácil, mas existe apoio

Hermano Albuquerque

A internet já é tão importante quanto a água. A rede de fibra óptica vem de uma crescente que a colocou no topo dos métodos de conexão mais procurados – e ofertados. Um levantamento da TIC Provedores, pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil, mostrou que no ano de início da pandemia outros tipos de tecnologia perderam espaço e, atualmente, 91% dos provedores de internet comercializam planos de conexão via fibra óptica. O crescimento desse percentual é uma das previsões para este ano de 2022, principalmente com a chegada do padrão 5G para telefonia celular.

A demanda pela banda larga cresceu tanto junto aos provedores que a maioria dos fornecedores de conteúdo já alocam servidores próprios nos data centers operacionais dessas empresas, para melhorar a experiência do assinante ao baixar os conteúdos de entretenimento, educação e ferramentas de trabalho.

Esse crescimento dos provedores de internet é uma tendência e deve continuar. A velocidade com que crescem atualmente é, inclusive, maior do que as grandes operadoras de telecom e acabam impulsionando as maiores empresas a ampliarem suas redes ópticas também.

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No entanto, muitos provedores enfrentam a instabilidade das redes, mesmo depois de investimentos em mais capacidade. Uma das causas pode estar nos produtos de baixa qualidade, provavelmente adquiridos sem o crivo de órgãos reguladores. Como diversas empresas tomam decisões baseadas em preço, não é surpresa que muitas acabam comprando produtos de origem duvidosa em função dos preços atraentes.

O barato sai caro

Equipamentos comprados somente com este critério nem sempre cumprem o que prometem. Principalmente porque, em muitos casos,  os detalhes técnicos mais importantes ficam escondidos em letras pequenas nos “datasheets” dos produtos e nem sempre são percebidos pela equipe de compras.  E, em geral, são exatamente esses detalhes técnicos que definem a qualidade e a confiabilidade final do produto. 

Além disso, tais fornecedores dificilmente oferecem suporte quando o cliente precisa, mesmo que a cláusula no contrato exista. Na prática, o cliente sai satisfeito por conseguir um valor abaixo do mercado, mas finalmente quando  o produto é colocado em operação,  o cliente observa o resultado de uma compra indevida, baseada apenas em melhor preço.  Infelizmente, em alguns casos, o produto apresentará certa diminuição de performance e desempenho apenas após algumas semanas ou meses de uso, dificultando as oportunidades de devolução ou suporte.

As redes de fibra óptica necessitam de transceptores ópticos para funcionar. Sem esses pequenos dispositivos, cada um deles do tamanho de um pen drive, as fibras ópticas continuam escuras, e com estes equipamentos elas se iluminam. Ou seja, eles são o coração do sistema de conectividade que garantem o bom funcionamento da rede e por isso merecem muito cuidado na hora da compra.

Apesar da expansão do mercado, os transceptores ópticos ainda não são homologados nem certificados pela Anatel, agência reguladora que tem como uma das funções a fiscalização de produtos, aumentar a confiança na certificação e garantir a proteção, a integridade das redes de comunicação e os direitos do consumidor. Como não há este controle para os transceptores ópticos, os datacenters, operadores de telecom e provedores de internet correm riscos na aquisição de produtos sem procedência.

Por isso vale a pena conhecer bem o fornecedor, seus clientes e suas práticas de mercado. Produtores de outros países que fabricam produtos similares e baratos não garantem o seu funcionamento integral e muito menos a substituição de equipamentos com a agilidade necessária. Empresas que utilizam como critério apenas o preço podem ter que desembolsar muito mais ao contratar um segundo fornecedor para corrigir sua infraestrutura, sem falar na reputação que é perdida após reclamações de clientes insatisfeitos. Por isso, é fundamental verificar a procedência de tudo que se contrata.

*  Sobre o autor – Hermano Albuquerque é Diretor Geral LATAM para o Grupo Halo / Skylane Optics. As opiniões expressas nesse artigo não necessariamente representam o ponto de vista de TELETIME.

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