5G evidenciará déficit de mão de obra e infraestrutura de data centers

Logotipo do 5G. Foto: Pixabay

Após lidar com tantas dificuldades, o mercado corporativo brasileiro pôde comemorar no final de 2021 pelo menos uma boa notícia com a concretização do tão esperado leilão que vai permitir a disseminação da tecnologia 5G no país. O entusiasmo se justifica, uma vez que essa nova plataforma de conectividade vai oferecer capacidades jamais vistas para os mais diversos públicos e  segmentos da economia nacional. Mas, apesar dos festejos, é necessário refletir sobre o fato de que a nova tecnologia não representa um passe de mágica. Ela chega para fazer parte de um contexto que infelizmente estabelece uma série de obstáculos que, se não forem superados, impedirão a exploração das potencialidades desta inovação em sua plenitude.

Considerando que já no 4G as conexões de fibra ótica estão cada vez aumentando mais o volume de dados, é sensato concluir que com a chegada do 5G ocorrerá uma explosão na geração de dados. Isso porque é fato que as novas demandas geradas pelo 5g irão causar uma dissolução na forma como realizamos a conectividade no dia a dia. O uso que se fará da internet nas casas, nos carros, nas empresas,  na indústria e em diversas outras situações trará necessidades nunca vistas antes.

Por mais que as aplicações e serviços de infraestrutura e o advento da Cloud  proporcionem  condições para a realização de negócios escaláveis, a mão de obra altamente especializada ainda é fundamental para operação desse serviço.

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Atualmente, no Brasil, já existe uma falta de mão de obra na casa de mais de 100 mil pessoas. Com o 5g e a consolidação da Indústria 4.0, por exemplo, e todos os novos recursos que serão gerados e disponibilizados pelo público, este déficit ficará ainda mais crítico para o mercado de tecnologia nos próximos anos.

Outra preocupação é que o 5G não traz somente um novo modelo de conectividade e aumento de velocidade. Ela representa também a chegada de um modelo que irá transformar o mercado na forma de armazenamento de dados, de acesso de dados e na forma com que a indústria consome e gera esses dados.

Essa realidade exigirá data centers mais modernas cada vez mais preparados para suportar missões críticas para atender aos mais elevados níveis de disponibilidade e também à descentralização dos acessos já que cada vez mais o centro de dados vai precisar estar próximo dos usuários.

Um dos maiores exemplos disso serão os carros elétricos, cuja funcionalidade dependerá de ter um nível de conectividade gigante dado o volume de dados  que precisará trafegar na maior velocidade possível com o centro de dados.

Neste sentido, uma questão que representa uma preocupação a mais é a falta de componentes eletrônicos que afeta diretamente à produção de servidores e infraestruturas de rede dos mais diversos equipamentos necessários para suportar essas novas tecnologias. Atualmente existe um delay de mais de 90 dias para a entrega de alguns equipamentos no mercado de TI.

Todos estes fatores afetam diretamente o crescimento e a evolução da tecnologia 5G no mercado nacional. Eles precisam ser enfrentados com uma estratégia bem articulada para que o 5G consiga de fato agregar o valor esperado no agronegócio, no atacado e varejo, na indústria automotiva e em todos os demais setores.

As empresas e as pessoas ainda têm um longo caminho a percorrer para a comemoração pelo sucesso na implantação, no desenvolvimento, no suporte e principalmente no uso e dos benefícios que 5G irá gerar para os negócios no Brasil.

Afinal, mais vale a forma como as coisas terminam do que como elas começam.

* Sobre o autor – Felipe Rossi é CEO e fundador da BRASCLOUD

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