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Postes: modelo proposto pela Aneel preocupa entidades de telecomunicações

As principais entidades setoriais do setor de telecomunicações estão se organizando em conjunto para uma manifestação sobre a consulta pública de regulamentação de uso dos postes editada pela Aneel, cujo prazo de contribuições é 2 de fevereiro. De maneira geral, é grande a insatisfação do setor de telecom com os termos da proposta colocada pela agência de energia, e há o temor de que a proposta ainda a ser submetida pela Anatel repita as mesmas condições. Uma nota conjunta entre Telcomp, Conexis, Abrint e Feninfra, entre outras, é esperada para a próxima semana.

“Querem jogar a culpa, responsabilidade e custos para as empresas sérias de telecomunicações. Estão invertendo tudo!”, sintetiza Vivien Suruagy, presidente da Feninfra, em referência à obrigação prevista de que as empresas de telecomunicações banquem a conta do reordenamento das redes nos postes, sob a alegação de que são as redes de telecomunicações que estão desorganizadas.

Para Marcos Ferrari, presidente da Conexis, é preciso aprofundar o debate com o setor de telecomunicações antes de uma proposta de regulamentação. “Precisamos de um debate aprofundado sobre o modelo, sobre o desenho de mercado que se pretende para resolver uma questão que evidentemente é problemática e para a qual nenhum dos modelos testados até agora funcionou. Não se pode sair com algo fora da realidade, é preciso haver uma pactuação”, diz Ferrari.

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Uma das questões demandadas pelo setor de telecomunicações era a figura de um operador neutro para os postes, responsável por fazer esta gestão de uso da infraestrutura. Mas da forma como foi proposto pela Aneel, os riscos são grandes porque não há garantia de um operador independente. Além disso, os custos de reorganização das redes recaem todos sobre o setor de telecom, enquanto para as empresas de energia cabe o papel de limpar as redes eventualmente irregulares, o que significa o poder de interromper os serviços.

“Quem tem que fazer a gestão da parte da infraestrutura para o setor de telecom é o próprio setor, sem subsídios cruzados e considerando uma precificação dos postes em cima de um modelo de custos”, diz Ferrari, que lembra que a Conexis já contratou uma análise sobre isso. Por esse modelo, o setor de telecomunicações pagaria apenas o custo incremental de ajustes dos postes para receber a infraestrutura de telecomunicações. “Já fizemos uma estimativa partindo desse modelo de custos e seria significativamente mais barato o uso de postes do que se pratica atualmente, o que se reverte para o consumidor de telecom e permite sobra para custear o ordenamento das redes”..

Segundo Vivien Suruagy, uma preocupação especial da Feninfra é que o ordenamento dos postes não gere custos adicionais para o setor de telecomunicações. “As empresas de telecom estão fazendo nesse momento um grande esforço de ampliação da infraestrutura e a expectativa é que isso se amplie muito com o 5G. Existe a necessidade de um reordenamento dos postes em alguns casos, mas é essencial que isso seja feito a partir do que hoje já é pago pela ocupação de infraestrutura, sem novos custos”. 

Para a presidente da Feninfra, há ainda a questão da qualidade dos serviços. “Sabemos que grande parte do problema de ocupação dos postes está intimamente relacionado com a precarização da qualidade dos serviços de construção de infraestrutura, com empresas clandestinas que lançam suas redes sem ter nenhum tipo de contrato com as elétricas, sem mão-de-obra qualificada, sem seguir as melhores práticas de engenharia e construção. É fundamental que o esforço de reordenar o uso dos postes tenha esse problema em mente”.

Para Vivien Suruagy, a ocupação adequada dos postes é uma excelente oportunidade para assegurar um serviço de qualidade ao consumidor, “mas esse trabalho de planejamento e reorganização precisam ser feitos sob a liderança do setor de telecomunicações e sem subsídio cruzado entre setores, com a conta de telecom bancando os custos de energia”.

Modelo alternativo

Ao mesmo tempo em que criticam o modelo proposto pela Aneel, as empresas de telecom trabalham em um modelo alternativo de fiscalização, e quem sabe auto regulação setorial, na questão dos postes.

“Defendemos uma competição justa entre os diferentes atores”, diz Luiz Henrique Barbosa, presidente da Telcomp, que representa operadoras competitivas de telecom. “Mas a primeira amostra que tivemos de um piloto do modelo de um operador neutro foi muito ruim”, diz ele, se referindo ao caso da Ufinet, uma empresa até então controlada pela Enel e que na prática impôs uma condição comercial para as operadoras de telecom que quisessem instalar suas redes. O caso foi duramente criticado pelo conselheiro da Anatel, Moisés Moreira, que relata o regulamento de postes pelo lado da agência de telecom. “A experiência ruim da Ufinet foi um cartão de visita muito ruim para a ideia de um operador neutro”.

“Estamos buscando um modelo alternativo, baseado em inteligência artificial, em que a gente consiga fazer um monitoramento muito mais automatizado das redes nos postes e identificar os problemas. A Telcomp defende uma entidade responsável por esse acompanhamento das redes e a gestão da parcela dos postes usada para redes de telecomunicações com uma governança que garanta ao setor de telecom voz ativa no processo. “Precisamos de um zelador”, diz ele. 

Ele concorda que o setor de telecomunicações demorou para se movimentar em relação ao problema, mas que impor um modelo em que as operadoras só paguem a conta não vai resolver o problema. “ As elétricas também foram falhas na fiscalização”, lembra ele. Para Barbosa, as operadoras de telecomunicações já têm hoje estruturas dedicadas a acompanhar as suas redes nos postes, e os custos de uma entidade que faça esse acompanhamento e gestão dos postes poderia ser absorvido como parte destes custos operacionais, sem aumento de custos ao setor.

Próximos passos

Além da consulta pública da Aneel, cujo prazo é 2 de fevereiro, as operadoras de telecomunicações estão de olho nos termos da consulta pública a ser aberta pela Anatel. O assunto deveria ter sido deliberado no final do ano passado, mas acabou adiado por um pedido de vistas do Conselheiro Vicente Aquino. A expectativa é que o tema volte à pauta da Anatel no dia 10 de fevereiro quando o conselho diretor retoma suas atividades.

20 COMENTÁRIOS

  1. Esse problema é histórico e se potencializou nos ultimos tempos com a entrada de mais operadoras de internet/tv/fone. Nao era dada a devida atencao a fiação desativada(asinantes cancelados), que fossem retirados da rede. Porém, penso que, enquanto as instalacaoes de um assinante for conectada da residencia ao poste da frente, e vai poste a poste ate chegar na caixa da rede externa. Vai ser SEMPRE uma anarquia. Um exemplo positivo nesse sentido, é a instalacao da Claro/NET, HFC, que da casa vai so ate o poste da frente. Poste a poste, nesse caso, so a rede externa.

  2. A situação está caótica.
    Agora também pergunto:se coloca poste na calçada de tosoa,quebram piso,não dão manutenção e ainda o munícipes não ganham nada pelo uso do piso,já que a prefeitura exige “manutenção ” do passeio público “.
    Deveriam pagar pelo uso dos postes….

  3. Essas operadoras de telecomunicações, tem que tomarem vergonha na cara, pois esses instaladores de cabos, deixam o poste de energia elétrica um emaranhado de fios que ninguém consegue entender nada, tem mais fios embolados do que assinantes dos serviços de telecomunicações, onde o poste de energia elétrica fica parecendo um vaso sanitário, com tanta merda que esses caras bagunçam tudo. Quem estudou T.I ou Telecomunicações sabe melhor do que ninguém, fios de eletricidade e de cabos de telecomunicações não podem ficar pertos um do outro. O ideal era que as operadoras oras de telefonia, internet, TV a cabo, teriam que ter seus postes separados, mas o olho grande desses presidentes de telecomunicações não deixam fazer a coisa certa.

    • Nossa se já tá uma bagunça com os postes que tem cheios de gatos que as empresas de.enne4gia não tiram..imagina colocar mais postes separados para as empresas de telecomunicação aí sim vai virar mais zona ainda …ideia ruim viu….

    • Muiito especialista nesse fórum. Postes de telecomunicações separados essa ideia é a mais absurda que já vi. Quanto aos cabos estarem perto da rede parece que nosso amigo nunca estudou telecom. Cabos de telecomunicações possui blindagem e especificações em relação a interferência, Sinais de rádio ou água são mais perigosos para os cabos do que estar próximo a energia elétrica. Para aqueles que dizem em tirar os fios do poste não é tão simples exige um trabalho conjunto com o setor de engenharia da prefeitura , existem lugares que temos gaz subterrâneo, precisa se levar em conta locais de alagamento que entrando água nas caixas podem danificar e causar o interrupções no serviço. Se para executar uma manutenção de rotina clientes já reclamam horrores imagina fazer uma mudança brusca dessas de uma hora para outra. Agora dizer que quem estuda ti conhece de infraestrutura de telecom a fundo faça-me o favor maioria das pessoas que estuda ti não conhece nada de infra de telecomunicações. Quer conhecer telecom estude sobre telecom

  4. Pra começar, a fiação horrível deveria ser subterrânea. E sobre o piso os postes deveriam ser “independentes” uns dos outros. Em vários outros países é assim. Tem até poste que funciona com energia solar! Parece até coisa de outra mundo se passearmos nas ruas brasileiras e fizermos a comparação. Aqui esses fios horríveis vão da favela até a beira mar, passam por áreas nobres. Ou seja, a falta de infraestrutura pública e planejamento urbano permite esse caos em todos os lugares, onde cada um deixa os espaços deios como quer. É um crime estético.

  5. Se tivessem prestado atenção nas boas práticas de engenharia e construção desde o início, não teriam estes problemas agora.
    Isso é muito comum, a engenharia da o cominho, mas a administração acha que isso é bobagem e vendem como bem entendem.
    Agora assumam as consequências.

  6. Muito blábláblá, muito jogo de empurra e pouca vergonha na cara. Falta vontade de resolver um problema que elas mesmas criaram. Contribuem para esse lixo que se vê a céu aberto.
    “Querem jogar a culpa, responsabilidade e custos para as empresas sérias de telecomunicações. Estão invertendo tudo!”, sintetiza Vivien Suruagy, presidente da Feninfra. Que tal fiscalizar o trabalho da terceirizada da terceirizada da terceirizada da empreiteira que faz o serviço para as teles?

  7. “Operador Neutro”….
    A tecnologia pra resolver isso tudo já existe e está bem acessível, chama-se
    BLOCKCHAIN
    Se usar somente o conceito de blockchain e associar AI na construção dos algoritmos, terão eficiência, confiabilidade, transparência, descentralização, aprovações por consenso, além de inúmeras outros recursos que dependerão somente da criatividade do setor, como token de governança ou até mesmo um modelo transparente de comercialização.

  8. Se o instalador recolhesse o cabo da operadora antiga, né já resolveria parte do problema, porque assim não teria vários fios para mesma residência.

  9. A humanidade está fazendo na rua o que faz em casa …. Deixando os cabos de internet no meio do caminho… Não fizeram uma estrutura pra isso… Tão importante quanto a eletricidade é importante os cabos de internet então porque não existe postes de internet ao invés de postes de luz ou cada um com seu poste… Tá mais barato fazer rede própria e ratear custo do que alugar…

  10. As empresas de telefonia e tv a cabo q devem ser responsabilizadas msm. Aqui na rua, a fiação d energia está correta no alto do posto e logo abaixo começa a bagunça.
    Um dos postes aqui da rua já pegou fogo duas vezes.
    Ou coloca a fiação subterrânea ou responsabiliza eles.

  11. Muito papo furado dos representantes das teles, empurra-empurra de responsabilidades e nenhuma ação concreta enquanto os postes ficam um lixo beirando o caos. As teles terceirizam o serviço, a portabilidade acumula vários cabos de diferentes operadoras nas mesmas residências, essas empresas não retiram a fiação sem uso e os instaladores preferem enrolar a sobra de cabos formando “guirlandas” bizarras nos postes ao invés de cortar a sobra, até um caminhão passar e acabar estourando a fiação em excesso que gera mais retrabalho refazendo as instalações do que a manutenção necessária para manter os postes limpos. São apenas 4 ou 5 teles que fazem essa imundície nos postes e agora se recusam a consertar o problema que criaram.

  12. É uma “vergonha” o que as empresas de telecomunicações estão fazendo. Uma verdadeira “bagunça” de fios e cabos, que deixam os postes “enfeiados” demonstrando a falta de planejamento das empresas de telecomunicações. Eu fiz um post onde digo que, se Prefeito fosse, eu daria 180 dias “improrrogáveis” para que as empresas providenciassem a retirada de TODOS os cabos dos postes e adequassem seus serviços, de forma planejada.

  13. Solução é simples, todas as empresas de telecomunicações deveriam retirar os cabos e drops, quando o cliente cancela o serviço, ( da fachada até a caixa de atendimento), pois é sabido que de 40 a 50 % deles é inativo.

  14. São as operadoras mesmo que deixam os postes uma verdadeira lixeira, principalmente as de TV a cabo.
    Quando vão cortar o sinal de um assinante, ou simplesmente desativar por qualquer outro motivo, eles simplesmente cortam o fio vindo do poste e deixam um pedaço enrolado nele, ao invés de desconectar ele da caixa distribuidora e remover o cabeamento por completo.

  15. Precisa Acabar Com Esses VARAL de Fios nos Postes da Cidade. Tem Que Fazer Tudo SUBTERRÂNEO. Quando Esses Tal de Doria Foi Prefeito de SAMPA Ele Fez Uma Determinação Assim. Depois Que Ele Saiu da Prefeitura, Empreiteiras Fizeram Várias Ruas de São Paulo Os Cabos Elétricos Subterrâneos. As Empresas de Telecom Querem Do Jeito Que Está e Não Querem Ter Custos. Cobrarem Caros Os Serviços asTelecom Querem. LEI CIDADE LIMPA PARA FIOS E CABOS TAMBÉM. Saudações

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