Saída de Tanure marca mais um capítulo da nova fase da Oi

A antiga Portugal Telecom, atualmente com o nome de Pharol, decidiu reduzir o tamanho do próprio conselho de administração e, com isso, destituiu alguns nomes. Entre eles, o de um antigo acionista da Oi, e com quem a empresa teve relação conturbada por anos: Nelson Tanure. A empresa portuguesa afirma que o executivo havia apresentado ainda no dia 6 deste mês a renúncia às funções de membro do conselho.

A informação foi divulgada pela companhia no último dia 8, quando enviou à comissão de valores de mercado (CNVM) português a ata de Assembleia Geral Extraordinária realizada em Lisboa, na qual os acionistas decidiram reduzir os números mínimo e máximo de membros do conselho, passando agora a ser de três e sete conselheiros. 

Segundo a coluna de Lauro Jardim no Jornal O Globo neste final de semana, Tanure também vendeu todas as suas ações na Pharol após a renúncia. A motivação, agora de acordo com o site Suno, citando fontes próximas à empresa, é que o empresário estaria desmotivado com o desempenho das ações da Oi, negociadas abaixo do patamar de R$ 1 em período de baixa em novembro do ano passado. 

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Na ocasião da assembleia da Pharol, para atender aos novos parâmetros e consequente alteração dos estatutos da sociedade, os acionistas aprovaram a "cessação de funções por destituição" de três membros: além de Tanure, também saem Aristótles Luiz Menezes Vasconcellos Drummond e Jorge Augusto Santiago das Neves. A companhia diz que os efeitos da decisão são imediatos.

Histórico

Nelson Tanure foi nomeado para o conselho da Pharol em junho de 2017. Na época, a antiga Portugal Telecom era a maior acionista da Oi, com 22,4% do capital. Por meio da gestora Bridge Administradora de Recursos, que representa o fundo de investimentos Societé Mondiale, o executivo teve participação ativa nas discussões sobre a recuperação judicial da Oi, atuando em um grupo ligado ao comitê diretivo de credores (detentores de bondholders) que então apresentavam oposição às propostas da RJ. Mesmo depois de aprovada a proposta, o fundo de investimentos chegou a recorrer na Justiça contra a modelagem proposta.

A Société chegou a ser uma das principais acionistas e presença no controle da operadora brasileira, mas foi reduzindo a participação ao longo de 2018. Em março daquele mesmo ano, o juiz da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Fernando Viana, determinou o afastamento de diretores ligados à Pharol e à Société Mondiale no conselho da Oi, indicados em 2017. A justificativa foi a de assegurar que o plano da RJ fosse cumprido, apesar de Tanure negar haver brigas com a diretoria da operadora brasileira

A Société também envolveu a Nextel na briga contra o plano da RJ do conselho da Oi. A alegação era que o fundo credor da operadora, o Grupo Aurelius, deteria participação acionária significativa na Nextel, por meio da então controladora Nii Holdings. No entanto, o grupo vendeu sua participação no final de 2017, antes de entrada na Oi. Dessa forma, a Anatel decidiu em fevereiro de 2019 arquivar o processo administrativo para apurar a denúncia.

O empresário tem longo histórico no mercado de telecomunicações brasileiros. Por meio de outro fundo de investimentos, a Docas investimentos, ele incorporou a Intelig em junho de 2009. Entre outros investimentos, ele atuou também em empresas de comunicações, como Jornal do Brasil e TV JB. 

6 COMENTÁRIOS

  1. Especialista em criar confusão e tumulto. Felizmente foram tantas derrotas impostas que finalmente resolveu abandonar o barco.

  2. Sem entrar no mérito do assunto. O importante é que a Oi SE RECUPERE E DESEMPENHE SEU PAPEL DE SUCESSO NO bRASIL, ENTRE OS QUAIS ESTIMULAR A CONCORRÊNCIA se recupere e desempenhe seu papel de sucesso no Brasil, entre os quais estimular a concorrência, e contribuir para que o assinante tenha opções para obter um serviço de excelencia, num mercado não cartelizado e que seja "win win" para todos.

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