A inclusão dos serviços de telecom entre aqueles com cashback de 100% na reforma tributária será uma oportunidade para as operadoras de telecom venderem serviços adicionais aos usuários. A medida pode impactar até 60 milhões de assinantes no Brasil, de acordo com relatório do BTG Pactual divulgado nesta sexta-feira, 13.
Como lembra o banco, o projeto de regulamentação da reforma tributária aprovado no Senado inseriu o setor de telecom na lista de serviços elegíveis ao cashback de 100% do CBS (imposto federal sobre consumo que substituirá o PIS/Cofins). A medida beneficia famílias de baixa renda registradas no CadÚnico e com renda mensal per capita de até meio salário mínimo. Os consumidores de baixa renda ainda receberão 20% de cashback no IBS (componente que será dividido entre estados e municípios).
O BTG nota que aspectos operacionais da política ainda serão definidos, mas afirma que "dependendo de como o cashback for implementado, as operadoras de telecom poderão adotar uma abordagem de 'mais por mais', trocando o cashback por benefícios adicionais, como mais dados (operadoras poderiam incentivar clientes a abrir mão do cashback em troca de maiores franquias, por exemplo)", afirma a instituição.
Na prática, seria uma oportunidade para a venda de serviços adicionais, assim como feito pela cadeia na época da redução do ICMS sobre o setor.
O BTG estima que mais de 60 milhões de pessoas sejam elegíveis a receber o cashback de 100% do CBS. Isso seria o equivalente a 23% dos usuários de telefonia móvel do País, por exemplo.
Dividendos
Sobre as operadoras móveis listadas na bolsa brasileira, a instituição afirma que tanto Vivo quanto TIM são ações atrativas. O banco ressalta que a TIM deve retornar R$ 6,7 bilhões aos acionistas nos próximos 17 meses, equivalente a 17% do valor de mercado da empresa.
Por outro lado, a Vivo apresenta um rendimento (yield) de dividendos aparentemente menor (de um dígito alto), mas que pode ser impulsionado pela migração da concessão de telefonia fixa da tele. "Não nos surpreenderia se a empresa já revertesse algumas provisões regulatórias no quarto trimestre", projetou o BTG, ao abordar medidas para a remuneração de acionistas.
