Com operadoras ao redor do mundo começando a habilitar serviços comerciais de edge computing ao lado de provedoras de serviços de nuvem, a Cisco acredita que uma trilha de parcerias com todos os players relevantes deste segmento será inevitável para consolidação da nova linha de receitas no mercado B2B.
"Vimos anúncios sobre as principais companhias [de serviços de nuvem] assinando contratos com operadoras globais como Verizon, Reliance Jio ou AT&T. Essas peças vão se juntar. Acredito que daqui três anos, cada uma das operadoras tier 1 terá parcerias com diversos provedores 'webscale'", afirmou a este noticiário o diretor da área de provedores de serviços da fornecedora norte-americana, Jonathan Davidson.
A razão para a aposta está relacionada com a abordagem focada nas necessidades do cliente que deve marcar a oferta de serviços de infraestrutura edge – considerada vital para diminuir a latência ao descentralizar o poder computacional, instalando data centers de menor porte mais próximos das "bordas" do acesso. "Se o cliente quiser serviços da Amazon, mas a operadora só tiver parceria com a Microsoft, ela provavelmente terá que colocar a Amazon dentro de sua infraestrutura também", afirmou Davidson.
Nos últimos meses, todas as principais provedoras de serviços de nuvem anunciaram parcerias estratégicas com grandes empresas de telecom: a Microsoft, por exemplo, celebrou acordos para colocar a Azure no edge da AT&T e na indiana Reliance, enquanto a Amazon (através da AWS) anunciou há uma semana a união com empresas como Verizon, Vodafone e a sul-coreana SK Telecom. Já a Google Cloud firmou parceria de edge com a Telecom Italia, controladora da TIM Brasil.
Ainda assim, Davidson também vê a possibilidade de algumas operadoras construírem suas próprias infraestruturas como forma de buscar diferenciação, em movimento que ainda estaria em seus primeiros estágios. Além do mobile edge computing (ou MEC), o executivo também vê como tendência o chamado FAR edge computing, voltado para a automação industrial.