O CEO do grupo Telefónica, César Alierta, anunciou oficialmente nesta sexta, 13, sua renúncia ao conselho de administração da Telecom Italia, com efeito imediato. Esta é a primeira ação do grupo espanhol em resposta à decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da semana passada em relação à compra da Vivo. Com a notificação oficial da Telefónica na última quarta-feira, era esperado um posicionamento oficial do grupo.
Em nota, a Telefónica "considera que as medidas impostas (pelo Cade) não são razoáveis, e, em consequência, está analisando a possibilidade de tomar as ações legais cabíveis".
O Cade determinou que a Telefônica ou se desfaça da participação que tem no grupo italiano ou arrume um outro sócio controlador na Vivo, nos mesmos moldes da Portugal Telecom, pois considera que a posição atual oferece grandes riscos concorrenciais.
A renúncia de Alierta ao conselho da Telecom Italia, bem como de Julio Linares López, vice-presidente do conselho da Telefónica, é uma tentativa da holding espanhola de satisfazer às exigências do Cade, de não ter ingerência nas decisões que afetem a Telecom Italia e, por consequência, a TIM Brasil, mas sem devolver imediatamente as ações preferenciais que comprou na Telco ao aumentar sua participação na empresa para 66% do capital total, que era o que determinava o Cade.
A Telefónica também resolveu não exercer, no momento, o direito de indicação de conselheiros para a Telecom Italia (previsto no acordo de acionistas da Telco), caso a reunião do conselho de administração da holding italiana, no dia 20, decida por uma nova eleição de conselheiros. Vale lembrar que o grupo Findim, liderado por Marco Fossati, é forte opositor da influência da Telefónica na Telco, maior acionista da Telecom Italia, com 22,4%, e convocou a reunião pedindo a "renovação de todo o board de diretores" da tele.
