Oi reduz receitas; fibra passa a ser maior que DTH

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No terceiro trimestre de 2020, a Oi voltou a apresentar queda nas receitas, mas reduziu o prejuízo, conforme balanço financeiro apresentado pela operadora no final da noite da quinta-feira, 12. Apesar do resultado, os segmentos nos quais a operadora tem concentrado esforços, como o da fibra e o pós-pago, mostraram resultados positivos comparado ao mesmo período do ano passado. O FTTH, por exemplo, passou a ser a segunda maior receita da tele, superando o DTH.

A receita líquida do Grupo Oi totalizou R$ 4,706 bilhões, uma queda de 5,9% no comparativo anual. Já nos nove meses do ano, foi de R$ 13,998 bilhões, redução de 8%. A receita líquida de serviços caiu 6% no trimestre, totalizando R$ 4,620 bilhões. E em nove meses, reduziu 7,9%, ficando em R$ 13,776 bilhões. 

O segmento residencial observou queda de 9,8% no trimestre (total de R$ 1,625 bilhão) e 12,2% no acumulado (R$ 4,862 bilhões). Já a mobilidade pessoal caiu menos: 3,2% (R$ 1,706 bilhão) e 4,1% (R$ 5,072 bilhões), respectivamente. O corporativo (B2B) mostrou ainda uma redução de 4,7% (R$ 1,294 bilhão) e 7,6% (R$ 3,876 bilhões). 

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A Oi segrega ainda as receitas por serviço. Como tem sido tendência, o cobre e a TV por satélite são os grandes responsáveis pelas pioras nos resultados. No primeiro caso, considerando tanto a voz fixa quanto a Internet, a queda trimestral foi de 32,6%, fechando o trimestre com uma receita total de R$ 867 milhões. De janeiro a setembro, esse segmento teve receita 29,8% menor, com total de R$ 2,882 bilhões.

Fibra x DTH

Já a receita do DTH caiu 14,3% no trimestre, somando R$ 375 milhões. A receita acumulada de 2020 foi de R$ 1,148 bilhão, 11,3% menor do que igual período de 2019. 

Enquanto isso, a fibra mostrou um avanço relevante, passando a ter mais peso do que o DTH pela primeira vez. Entre julho e setembro, o FTTH acumulou receita de R$ 383 milhões, um aumento de 387,8%. De janeiro a setembro, a fibra aumentou ainda mais: 487,4%, somando R$ 832 milhões. 

Dessa forma, a fibra passou a ter uma participação de 24% do total do segmento residencial, sendo assim a segunda maior. Segundo a Oi, esse crescimento sequencial não era observado desde o terceiro trimestre de 2017.

Casas conectadas

A companhia atingiu 7,9 milhões de homes passed com fibra em setembro, o que representa uma adição de 1,1 milhão apenas no trimestre e média mensal acima de 382 mil. A Oi diz que foi o quinto semestre consecutivo com mais de um milhão de adições líquidas. 

O total de acessos FTTH foi de 1,75 milhão, dos quais 1,66 milhão são do segmento residencial. Isso representa uma taxa de ocupação (take up rate) de 22,2%. Somente no trimestre, foram adicionados 446 mil clientes.

Mobilidade

A receita de pós-pago foi a única a crescer no segmento de mobilidade, totalizando R$ 924 milhões, aumento de 3,7% no trimestre. No acumulado do ano, totalizou R$ 2,759 bilhões, avanço de 7,4%. "As ofertas regionalizadas, simplificação, inovação, intensificação comercial, e o refarming da faixa de frequência de 1,8 GHz para o 4G e 4,5G são os principais fatores que continuam possibilitando os resultados positivos do pós-pago, além da estratégia mencionada de aceleração da migração de clientes pré-pago para pós-pago e a reabertura das lojas", diz a Oi em comunicado.

Por sua vez, o pré-pago caiu 9,6% e 13,4%, ficando respectivamente no trimestre e nove meses com R$ 687 milhões e R$ 2,004 bilhões. Segundo a empresa, o principal fator da redução é a política de incentivos para migração para o pós-pago. Apesar desse resultado, a Oi diz que há "fortes sinais de recuperação", comparando com o primeiro trimestre de 2020, antes da pandemia.

A operadora encerrou setembro com 23,840 milhões de acessos em pré-pago, uma redução de 7,1% na base. Já o pós-pago subiu 9,6%, total de 9,899 milhões de linhas. 

Prejuízo aumenta

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) da Oi foi de R$ 1,485 bilhão entre julho e setembro, revertendo um resultado negativo de R$ 1,447 bilhão no mesmo período de 2019. No acumulado do ano, foi de R$ 4,743 bilhões, o que mostra um aumento de 82,5%. A margem EBITDA ficou em 31,% e 33,9% no trimestre e no ano, respectivamente.

Considerando-se o EBITDA de rotina, o total foi de R$ 1,462 bilhão (aumento de 6,4%) e R$ 4,354 bilhões (queda de 5,4%). A margem EBITDA subiu 3,6 pontos percentuais e ficou em 31,1% no trimestre, mesmo resultado no acumulado do ano, que por sua vez mostrou aumento de 0,9 p.p. em comparação com igual período de 2019.

Os investimentos totalizaram R$ 2,011 bilhões no trimestre, redução de 2,6%; e R$ 5,563 bilhões nos nove meses, redução de 4,9%. Mas a maior parte foi para a fibra, que totalizou R$ 1,389 bilhão (aumento de 59,4%) e R$ 3,582 bilhões (avanço de 63,2%). 

Assim, o prejuízo líquido da Oi foi de R$ 2,580 bilhões, o que foi 55,4% menor do que o apresentado no terceiro trimestre do ano passado. Em nove meses, o prejuízo foi maior, contudo: R$ 12,327 bilhões, contra R$ 6,814 bilhões em 2019.

A dívida líquida, por sua vez, cresceu 3,1% em relação a junho, encerrando setembro com R$ 21,243 bilhões. Comparado ao ano passado, o aumento foi de 50,4%. A Oi justifica: "Em ambos os períodos a elevação decorre principalmente da desvalorização do Real vs o Dólar, de 3,0% e 35,5%, respectivamente. Soma-se a isso os efeitos usuais de 'accrual' de juros e da amortização do ajuste a valor presente (AVP), que contribuem para o crescimento da dívida a cada trimestre. O comparativo anual, em particular, também é impactado pelo desembolso da debênture da Oi Móvel em janeiro de 2020, cujo saldo totalizou R$3.758 milhões em setembro."

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