Brasil precisa investir US$ 11 bi para conectar restante da população

Enquanto o mundo precisa investir US$ 428 bilhões para conectar 3 bilhões de pessoas, o Brasil necessita US$ 11,1 bilhões em investimentos até 2030 para a universalização da Internet. A avaliação do estudo "Connecting Humanity", da União Internacional de Telecomunicações (UIT) em uma parceria com os países do G20, estima que o País precisa de foco sobretudo na rede móvel.

O relatório foi feito pela Aliança Por Internet Acessível (A4AI, na sigla em inglês), com autoria da diretora executiva, Sonia Jorge, com apoio da especialista sênior em políticas e regulatório, Nathalia Foditsch. A A4AI, por sua vez, é integrante da ONG Web Foundation, do Tim Berners Lee. Em resposta conjunta ao TELETIME por email, as pesquisadoras afirmam foi aplicada a mesma metodologia para todos os países. "O OpEx e a manutenção de redes são responsáveis por boa parte deste montante, assim como o CapEx de redes móveis", afirmam. 

Conforme a metodologia aplicada, foi analisado o que é necessário para novas infraestruturas e para atualizações e manutenções das já existentes. "No caso do Brasil, temos a necessidade de um ou o outro, dependendo da área e/ou região." Segundo informações da pesquisa TIC Domicílios 2019, o Brasil tem 21% da população sem acesso à Internet, dos quais a maioria na região rural. Já de acordo com a PNAD Contínua do IBGE, com dados de 2018, o Brasil contava com 45,960 milhões de pessoas desconectadas (sem acesso nos últimos três meses), o que na época representava 25,3% da população. 

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A demanda total de US$ 11 bilhões deixa o País na 9ª posição, atrás de Índia (US$ 95 bilhões), China (US$ 40 bilhões), Indonésia (US$ 18 bilhões), Bangladesh (US$ 16 bilhões), Paquistão (US$ 16 bilhões), Nigéria (US$ 14 bilhões), México (US$ 14 bilhões) e Etiópia (US$ 11 bilhões).

Políticas públicas

As representantes da A4AI dizem que não podem opinar sobre as políticas públicas do governo ou a atuação da Anatel, como as recentes ações de conversão de multas em obrigações de fazer e assinatura de termos de ajustamento de conduta (TACs). "No entanto, podemos afirmar que existe uma clara tendência em variados países de fazer com que recursos que são devidos ao governo, seja em função de multas, seja em função de leilões de espectro, por exemplo, sejam investidos no desenvolvimento e expansão do setor, principalmente em infraestrutura de banda larga."

Para as pesquisadoras, a tendência é que parcerias público-privadas sejam o modelo para muitos dos projetos, maximizando a oportunidade da universalização enquanto adiciona mais valia ao investimento privado. "De todo modo é necessário que estes recursos sejam de fato direcionados para a Internet e as telecomunicações. Neste sentido, além dos órgãos de regulação e controle oficiais, é de grande importância o envolvimento da sociedade civil e da academia para que a execução e o monitoramento dos projetos ocorra como devido", declaram.

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