O Brasil é o segundo país das Américas em maturidade de cibersegurança, somente atrás dos Estados Unidos. Os dados integram o relatório Índice Global de Segurança Cibernética 2024, divulgado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), a agência da ONU voltada às tecnologias da informação e comunicação (TICs).
O relatório mostra uma evolução do Brasil no índice ao longo dos últimos anos, após surgir na sexta colocação nas Américas, em 2018, e em terceiro, em 2021. Além disso, com a pontuação em 2024, o País surge à frente de Canadá, México, Uruguai, Equador, Chile e Colômbia, por exemplo.
Para avaliar o grau de excelência nos países, a UIT possui cinco critérios objetivos: medidas legais, ações técnicas, iniciativas organizacionais, capacidade de desenvolvimento e ações cooperativas. A partir da nota geral nesses critérios, os países são inseridos em cinco classificações: T1 (Exemplar), T2 (Avançado), T3 (Estável), T4 (Evolução) e T5 (Construção).
Na edição deste ano, o Brasil foi classificado como T1, com nota máxima (20) em critérios como medidas legais, ações técnicas e ações cooperativas. Em capacidade de desenvolvimento, o País conseguiu uma avaliação de 19,09 e, em iniciativas organizacionais, 17,29.
Panorama global
Atualmente, 46 países no mundo apuraram nota T1, a mais alta do índice. Boa parte dessas nações estão na Europa, Ásia do Pacífico, estados Árabes e África. A grande maioria (105), porém, despontam como T3 (Estável) e T4 (Evolução).
A UIT recorda que muitos países estão expandindo seus serviços digitais e conectando mais pessoas ao universo online. No entanto, "eles ainda precisam trabalhar para assegurar que a cibersegurança se torne um objetivo significativo de conectividade".
"Muitos desses países também enfrentam uma lacuna significativa em capacidade cibernética: eles estão tentando melhorar sua segurança cibernética, mas enfrentam limitações de recursos em termos de pessoal, acesso a equipamentos e financiamento sustentável", aponta a agência da ONU.
Descompasso
A UIT frisa que o relatório de segurança cibernética não tem relação com o Índice de Desenvolvimento em Tecnologias da Informação e Comunicação (IDI), que mensura o patamar universal de conectividade e a conectividade significativa.
No entanto, há nações muito ativas em cibersegurança, mas que ainda contam um nível mais baixo de desenvolvimento da conectividade. Por outro lado, há países com desempenho acima da mediana do IDI, mas que ainda carecem de ações de segurança, diz a agência.
"Embora eles possam ter priorizado o desenvolvimento inicial em TICs, ao invés de integrar a segurança cibernética devido à limitação de recursos, eles se arriscam a ter um ciberespaço mais inseguro e menos resiliente para as pessoas que já estão online", finaliza.