Mundo pode enfrentar escassez de fibra em 2020, avalia Furukawa

A postura agressiva adotada por alguns players chineses de fibra ótica diante da desaceleração da demanda no país asiático pode acarretar em uma nova escassez do produto no final de 2020, avalia a Furukawa. Segundo o presidente da fabricante na América Latina, Foad Shaikhzadeh, a expansão da capacidade global de produção ótica não está acompanhando a velocidade da queima de estoque realizada por alguns concorrentes.

"No final de 2020 nós achamos que vai faltar fibra de novo", afirmou o executivo nesta sexta-feira, 13, em encontro com jornalistas realizado durante evento em Atibaia (SP). "Na China, os projetos das grandes operadoras começaram a desacelerar porque não aconteceu o 5G na velocidade que eles queriam, por falta de padrões. Então a demanda de lá por fibra diminuiu da noite para o dia, o que gerou um estoque parado muito grande, que esse pessoal quer vender no mundo inteiro até o mercado de lá voltar".

Ainda de acordo com Shaikhzadeh, tal estoque tende a ser consumido até a virada de 2019 para 2020. Em seguida, "se não tiver nenhuma crise econômica mundial, o mercado vai começar a se estabilizar e a demanda vai crescer de novo. Mas como não houve investimento de expansão da capacidade de produção nos últimos dois anos, pode voltar a ter falta".

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A empresa lembra que uma escassez do produto chegou a afetar o Brasil entre 2016 e 2017, visto o boom global da demanda por fibra no período. De lá para cá, a Furukawa (assim como concorrentes) ampliou a capacidade de produção na região. Ainda assim, outros players "mais agressivos" teriam parte importante do mercado, na avaliação do executivo.

"Temos os fornecedores chineses que vendem 40%, 50% mais barato [que a Furukawa], mas que às vezes não têm compromisso no Brasil e que estão mandando cabo para todo o mundo. Quando a China voltar a demandar fibra, esses fornecedores de oportunidade [podem dar problema]", argumentou o presidente regional da Furukawa. Ainda segundo ele, muitos ISPs compraram fibra "de fornecedores de baixo desempenho e agora estão tendo que trocar tudo".

*O jornalista viajou a Atibaia a convite da Furukawa.

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